Ecclestone e Mosley defendem cancelamento da F1 este ano

| Revista ACP

Os antigos homens fortes da F1 defendem o cancelamento da época de F1, mas quem manda continua sem tomar decisões.

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Enquanto alguns países começam, aos poucos, a pensar num desagravamento muito gradual do confinamento das populações, deixando já claro que não há, num futuro próximo, lugar a grandes concentrações de pessoas, os responsáveis da Fórmula 1 continuam à espera para ver.

De adiamento em adiamento, de cancelamento em cancelamento, o Campeonato do Mundo de Fórmula 1 perdeu já nove provas, a primeira delas duas horas antes do arranque da primeira sessão de treinos livres, e pode estar prestes a perder mais uma, isto porque Emmanuel Macron já disse que “grandes eventos com público numeroso não se poderão realizar até meados de julho.”

Há, com isto, quem veja a possibilidade de realização do Grande Prémio de França à porta fechada, como se lê num artigo do Le Figaro, mas a questão não é assim tão simples. Se por um lado os patrocinadores podiam ver o retorno do seu investimento através da transmissão televisiva da prova, a realização da mesma sem público representa uma perda de receita muito significativa.

A isto junta-se ainda o facto de, apesar das bancadas estarem vazias, a quantidade de pessoas presentes no paddock continuaria a ser muito elevada e, como se sabe, não há como guardar a distância mínima recomendada entre as pessoas dentro de uma box de Fórmula 1.

Por isto, e pelos constantes anúncios de adiamentos e cancelamentos, há já quem defenda o cancelamento do Campeonato!

Até agora, a única coisa que a Federação fez foi suspender o desenvolvimento técnico e aumentar e antecipar o período de paragem obrigatória da competição com o intuito de estancar os custos e evitar eventuais vantagens de uns sobre outros por se continuar o trabalho de bastidores.

Por contraste, Bernie Ecclestone e Max Mosley, os dois antigos homens fortes da Fórmula 1, já disseram que o mais avisado era cancelar a época. “Vamos encerrar a conversa sobre termos corridas este ano. Essa é a única coisa que podemos fazer com segurança para todos, para que ninguém comece a fazer acordos que podem não acontecer,” disse Ecclestone. Tudo porque o problema que se põe num futuro próximo “é onde [se vão realizar as corridas], se as equipas podem ir e se o promotor as quer fazer,” rematou o britânico em declarações à Reuters.

Na mesma linha, Mosley considera que “a situação corre o risco de piorar se esperarmos. Não há garantia de que podemos competir novamente em julho, é muito incerto.

“Se cancelarmos a temporada agora, ficará mais claro para as equipas e os organizadores dos Grande Prémio tomarem medidas e planearem o futuro,” disse ainda o antigo Presidente da FIA.

O problema aqui parece ser a Liberty Media que, pelos vistos, continua mais focada nos acionistas e que só deverá avançar para o cancelamento da época caso a pandemia do #Covid19 piore, ou os países anfitriões das várias provas fechem a porta a estrangeiros.

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