Mansell pôs à venda a coleção de carros de corrida

| Revista ACP

12 anos de F1 permitiram ao piloto britânico colecionar um título mundial, 31 vitórias, 32 pole-positions e alguns modelos emblemáticos. 

Williams-FW14-FB

Com leilão marcado para 14 de maio, a coleção de Nigel Mansell, o famoso piloto britânico que correu na Formula 1 entre 1980 e 1992, tendo passado por equipas como Lotus, Williams, Ferrari e McLaren, integra dois monolugares originais usados pelo campeão do mundo.   

São dois dos carros de Fórmula 1 mais significativos alguma vez disponibilizados em leilão, incluindo o Ferrari 640 de 1989, no qual ganhou duas corridas nesse ano, e o incrível Williams FW14 de 1991, chassis no. 5, com o qual Mansell ganhou nada menos que cinco Grandes Prémios e que é o famoso carro que se tornou conhecido mundialmente como o "Táxi de Senna", vencedor do GP Britânico.

Talvez nunca mais haja nova oportunidade de adquirir dois carros completamente originais de Fórmula 1 directamente ao seu proprietário e piloto Campeão do Mundo, que os tem acarinhado desde o dia em que foram retirados da pista, preservando-os numa "cápsula do tempo". E um Ferrari V-12 Grand Prix será talvez o derradeiro prémio para qualquer coleccionador sério de carros de Fórmula 1 emblemáticos.

O Ferrari 640 de 1989, chassis n.º 5. 109, é um desses carros. O seu lugar na história não pode ser subestimado, pois é também o primeiro dos Ferrari de Formula 1 a ser equipado com caixa de velocidades semi-automática, apresentado em Fevereiro de 1989. O 109 foi também o 1º da era pós Enzo Ferrari.

Mansell conseguiu manter o chassis 109, com o carro a juntar-se à sua colecção pessoal de carros em Janeiro de 1990, acompanhado pelas rodas com que atravessou a linha de chegada no final da sua carreira. O carro está completo e é pouco provável que tenha sido tocado desde que o último mecânico da Ferrari lhe mexeu. Esta é verdadeiramente uma oportunidade espectacular para qualquer coleccionador, com valores estimados entre 2,5  e os 5 milhões de euros).

Para os fãs dos desportos motorizados, o Williams FW14 precisa de pouca introdução, pois anunciou uma nova era de sofisticação técnica e domínio para a equipa Williams, que culminaria com a vitória no Campeonato Mundial em 1992 provando que tinha ritmo para vencer qualquer carro, com o próprio Mansell a demonstrar que tinha a velocidade para vencer os melhores pilotos do Mundo.

Mansell pegou primeiro no volante do FW14-5 em Magny-Cours, onde garantiu a sua primeira vitória na Fórmula 1 de 1991. Seguiu-se logo a pole position e vitória absoluta no Grande Prémio Britânico, onde o Chassis FW14-05 dominou toda a corrida, terminando 42,293 segundos à frente de Gerhard Berger no seu McLaren MP4/6.

Ayrton Senna cruzou a meta em 4º lugar, mas ficou sem combustível na volta 58. Durante a volta de vitória, Mansell parou junto do braseileiro e Senna subiu a bordo. Este é, sem dúvida, um dos momentos mais icónicos da história da Fórmula 1, e o chassis FW14-5 é uma oportunidade de possuir uma peça de folclore do desporto motorizado.

Mansell continuou a sua série de vitórias no chassis FW14-5 e foi vitorioso no Grande Prémio da Alemanha, e em Monza terminaria com 16,262 segundos sobre Senna. Nessa etapa do Campeonato do Mundo de 1991, havia tudo para jogar, pois apenas 18 pontos separavam Mansell de Senna e ainda restavam quatro corridas. No Grande Prémio de Espanha, Mansell e Senna lutaram visceralmente na fase inicial da corrida. Com os dois pilotos par a par na recta principal, o momento acabou por ficar consagrado no desporto motorizado. Mansell obteve o 1º lugar.

O Williams FW14 tinha demonstrado ser extremamente competitivo e com o chassis FW14-5 a reclamar vitórias e dois 2ºs lugares, Mansell e aquele monolugar provaram ser uma combinação letal. No final da temporada de 1991, Williams ofereceu o chassis FW14-5 a Mansell em reconhecimento do sucesso e, tal como a Ferrari, permaneceu na sua posse durante mais de 30 anos. Embora sem o motor Renault V-10, que ficou com a Renault no final da temporada, o carro apresenta uma espantosa oportunidade de adquirir um dos carros de Fórmula 1 mais venerados da era moderna, directamente do seu piloto, tendo um preço estimado de 1,5 a 3 milhões euros.

A colecção disponibiliza também outro carro de corridas com que Mansell provou a vitória. O Reynard 2KI Grand Prix Masters Car 2005, que levou Mansell duas vezes à vitória no Grand Prix Masters Series 2006. Baseado no Reynard 2KI Champ Car 2000, e movido por um V-8 de 3,5 litros que produzia mais de 650 cv, aquela competição contou com antigos pilotos de corridas de Fórmula 1, com o objectivo de reunir de novo os grandes das corridas motorizadas para competir em pé de igualdade. Adicionado à Colecção Nigel Mansell após a conclusão da época de corridas, o carro permanece em estado completo e preservado, com um preço estimado entre os 100 mil e os 150 mil euros.

O iC Modulo M89 de 1990, chassis no. 001, foi oferecido a Nigel Mansell no final da época de 1992, tendo sido conduzido pelo britânico pela primeira vez no paddock de Monza, após a qualificação na pole position no Grande Prémio de Itália de 1992. Este foi o primeiro Modulo produzido e tinha sido anteriormente propriedade do seu designer, Carlo Lamattina.

Movido por um motor da BMW K75S, este veículo raro é capaz de atingir 200 km/h. Faz parte da Colecção Nigel Mansell há quase 30 anos, é apresentado com uma carta de Lamattina, uma brochura da época e fotografias de Mansell com o carro em Monza, tendo uma estimativa de preço entre os 5 mil e os 25 mil euros.

Finalmente, o Birkin 7 Sprint de 1991 é um kit de automóvel sul-africano, baseado no famoso Lotus Seven. O carro foi importado para o Reino Unido em 1991, propriedade de Nigel Mansell, que usufruiu de uma utilização justa do Birkin, enquanto que durante grande parte da vida do veículo foi mantido em armazém como parte da colecção (Estimativa: 10 mil a 15 mil euros).

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