Os tempos loucos dos 1ºs carros conectados

| Revista ACP

Há mais de 50 anos que algumas trabalhavam a partilha de informações, mas sempre foi uma tecnologia de difícil aplicação.

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A conetividade entre veículos para a partilha de informações entre condutores sobre o ambiente rodoviário em que circulam, está a merecer especial atenção por parte dos fabricantes de automóveis no desenvolvimento de processos cada vez mais eficazes. Mas, afinal, a atualidade desse tema vem de longe. Não é tecnologia de agora. Desde os anos 60 e 70 do século passado já existiam marcas como a Mercedes-Benz ou a Ford que tentavam colocar em prática a partilha de informações entre condutores na estrada. De forma rudimentar, é certo, mas a ideia era a mesma.

Um dos maiores problemas no desenvolvimento dessa tecnologia há mais de 50 anos tinha a ver com a dimensão e o peso dos equipamentos de medição, difíceis de aplicar nos novos modelos. Em 1960 a Mercedes dispunha de um modelo especialmente concebido para esse efeito, um Adenauer mas transformado para a sua função de laboratório rolante. Este modelo foi conectado a outro veículo, neste caso um S-Class da série W111, através de um cabo de até 30 metros de comprimento, que transmitia dados dos sensores do W111 para os dispositivos de medição na parte traseira. Telemetria é o nome que damos hoje a este tipo de transmissão de dados, posteriormente realizada através de sinais de rádio.

Também não era muito confortável para os engenheiros que seguiam a bordo do carro de medição de dados. O espaço para a cabeça era limitado e os assentos tinham encosto feito em vime entrelaçado, sem contar com a presença no habitáculo de um gerador que fornecia energia aos equipamentos.

Além da Mercedes-Benz também a Ford tinha veículos de medição com a mesma forma de conexão de cabos, na década de 70. No caso, era um Escort MKII conectado a um "laboratório" Ford Cortina durante a realização de testes em 1974. O processo era exatamente o mesmo do que o adotado pela marca alemã. Mas há 60 anos esta tecnologia tornava-se numa missão nada fácil de implementar, porque exigia o desenvolvimento de novas e engenhosas soluções para estudar os veículos do futuro.

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