Estava-se nos finais dos anos 60 quando a Lancia mergulhada numa grave crise financeira foi resgatada pela Fiat por um valor simbólico. E foi nestes tempos difíceis que nasceu o Lancia Stratos HF, uma aposta bem sucedida que tornou o modelo numa lenda do automobilismo, além de inspirador para os designers meio século depois.
Com assinatura Bertone, o Stratos iniciou a sua produção em 1973 para no ano seguinte obter a homologação para competição. Com este reconhecimento, o Campeonato Mundial de Ralis nunca mais voltaria a ser o mesmo. Do seu palmarés desportivo na categoria máxima de ralis venceu nas provas entre 1974 e 1976 com regresso às corridas em 1978 onde venceu o Rali de Montecarlo com o piloto Bernard Darniche.
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Com um historial rico no mundo das corridas, a versão do Stratos de produção vendeu quase cinco centenas de exemplares, mas não seduziu muito os entusiastas de desportivos. Mais caro do que o Porsche 911 RS Touring, não oferecia o que se esperava do modelo nos níveis de utilização e na qualidade nos acabamentos. Também o habitáculo se mostrava acanhado, faltava espaço de bagagem, e a conceção da suspensão e os quatro pneus de igual dimensão não favoreciam o seu desempenho.
Produzido até 1978, a origem do nome Stratos também merece referência. Há quem diga que o nome foi escolhido depois de se olhar para uma caixa de um modelo de avião que fervilhava nas instalações da Bertone e que, segundo os responsáveis pela conceção do protótipo, era muito semelhante na sua estética. Como o nome do avião era "Stratos", os técnicos decidiram nomear o novo Lancia da mesma forma. Outros afiemam que um funcionário encarregado de fazer o protótipo, referindo-se à extravagância do design, lhe chamou Stratos porque era um design "de fora da estratosfera".