Quem assistiu ao leilão da Bonhams, no dia 18 de agosto, na Monterey Car Week, presenciou um momento histórico quando foi vendido um Ferrari 412P Berlinetta de 1967. O bólide da casa de Maranello atingiu os 27,5 milhões de euros, tornando-se, assim, num dos Ferrari mais caros vendidos em leilão. Segundo a leiloeira, trata-se do modelo de competição mais importante a ser disponibilizado para venda nos últimos cinco anos.

E são muitos os motivos que o justificam. Além de ser um dos dois 412P construídos e que agora se tornou num dos carros mais caros de 2023, transporta consigo um historial rico no que toca à sua passagem pela competição. No ano em que foi construído participou nos 1000 km de Spa (Bélgica) com a dupla Richard Attwood e Lucien Bianchi, onde conquistou o 3º lugar. Competiu nas 24 Horas de Le Mans (com Piers Courage/Richard Attwood) e nas seis horas de Brand Hatch, no Reino Unido.

Depois de passar por outras provas realizadas na Europa e África do Sul, acumulou várias vitórias em 1968, nomeadamente nos 200 km de Nuremberga, Solituderennen e Grande Prémio da Suécia. No ano seguinte, sofreu um acidente que provocou uma fuga de combustível, dando origem a um acidente que quase o destruiu. Foi reconstruído e regressou à competição para ainda em 1969 se despedir da competição mas continuar a brilhar em diversas coleções com as de Lord Anthony Bamford, Sir Paul Vestey, John e Bruce McCaw até chegar em 2005 ao proprietário que agora o vendeu.

Não sem antes o submeter a um exaustivo restauro de nove anos, num processo que incluiu a montagem da carroçaria original em alumínio – entretanto substituída por uma em fibra de vidro para reduzir o peso e otimizar a performance nas pistas – e a recuperação da decoração original.

“Graças à sua linhagem de proprietários e à administração do seu vendedor, o 412P permanece como uma obra de arte duradoura que honra o legado da Ferrari”, comentou Rupert Banner, Chefe Global de Especialistas da Bonhams|Cars. “Foi um privilégio ter a sua venda confiada e obter um resultado tão excecional que o respeita plenamente”, concluiu.