A mota de “Lawrence da Arábia” regressa a casa

| Revista ACP

George VI era o nome que Thomas Edward Lawrence dava à sua Brough que agora foi restaurada. 

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Depois de passar por diversos eventos onde foi exibida e até conduzida, a Brough Superior SS100 que pertenceu a Thomas Edward Lawrence, mais conhecido por “Lawrence da Arábia”, regressou a Clouds Hill, a última casa onde viveu o heróis inglês da guerra da independência árabe.

Em março de 2018, esta Brough vai integrar a exposição do 100º aniversário da Revolta Árabe, no Nacional Civil War Centre, em Newark, Reino Unido.

Estava-se em 1929 quando George Bernard Shaw, o guionista de teatro e amigo pessoal de Lawrence resolveu oferecer-lhe esta Brough que de início esteve para ser recusada por se tratar de um presente demasiado dispendioso. O seu valor estava muito acima do espírito espartano do ex-agente secreto britânico, que depois acabaria por aceitá-la mal sabendo que começava aí a sua paixão pelas duas rodas.

Verdadeiras máquinas “voadoras” as Brough SS100 eram o topo de gama daquilo que existia na altura pois chegavam a atingir velocidades da ordem dos 170 km/h, graças aos seus 45 cv de potência e a um peso que não excedia os 180 kg, o que favorecia a excelente performance. O preço também não ficava atrás com valores que atingiam as 170 libras.

As “Rolls-Royce” das motas

O fabrico de elevada qualidade e o seu preço somados à personalização de cada modelo por parte dos futuros proprietários, uma caraterística que o construtor fazia questão em manter, deram fama ímpar às Brough que no início da década de 20 até chegaram a ser publicitadas como as “Rolls-Royce” das motas. Quem não gostou da comparação foi a marca de luxo de automóveis que respondeu com um processo judicial contra George Brough.

Mas o construtor, com o tradicional fair play britânico, logo reagiu convidando os representates da Rolls-Royce a visitarem a sua fábrica. Quando estes lá chegaram e viram todos os operários a trabalhar de luvas brancas, num ambiente de grande profissionalismo, partiram com o reconhecimento de que realmente a Brough Superior era o Rolls-Royce das motas e o processo foi retirado.

Soube-se, depois, que nesse dia os trabalhadores estavam a trabalhar de luvas brancas para não deixarem dedadas nas motas que saíam da linha de produção para serem exibidas num salão.

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Voltando a “Lawrence da Arábia”, teve até final da sua vida sete Brough, a última das quais com a matrícula GW2275. Corria o ano de 1935 quando, a caminho da cidade de Bovington, sofre um acidente com a sua Brough Superior ao desviar-se de dois ciclistas numa curva cega. O incidente provocou-lhe um grave traumatismo craniano a que não resistiu dias depois. Tinha 46 anos.

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