40 anos de Renault 5 Turbo

| Revista ACP

Nasceu há 40 anos, foi produzido durante três, mas ficou para sempre na memória de todos.

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Na maior parte das vezes, um carro nasce no estirador de um desenhador, num qualquer gabinete de design de uma qualquer marca automóvel. Mas “a maior parte das vezes” não é sempre e, como em tudo, há exceções e o nascimento do Renault 5 Turbo é uma dessas exceções, já que a sua génese teve lugar no interior de um Renault 16!

Isso mesmo, tudo começou numa viagem entre Dieppe e Billancourt, em 1976, feita por Jean Terramorsi, o homem responsável pelo desenvolvimento de séries limitadas do construtor francês, e pelo seu adjunto Henri Lherm.

À conversa no regresso a casa, os dois falavam de um modelo que pudesse completar a gama da Renault e, mal sabiam eles, que se viria a tornar no expoente da marca, e que, ao mesmo tempo, viria a brilhar na competição: o Renault 5 Turbo. O primeiro carro francês equipado de série com turbocompressor.

Da ideia inicial à aprovação para a produção (secreta) foi um passo, com o protótipo a ser revelado à imprensa mundial no Salão Automóvel de Paris em 1978. Como em todos os projetos deste género, seguiram-se outras evoluções, com a derradeira, e que acabou por ficar no coração de todos nós, a “822-03” a ser aquela que se estreou em competição em 1979, na Volta à Itália, pela mão de Guy Fréquelin, o piloto responsável pelos primeiros ensaios de desenvolvimento do projeto.

A primeira experiência não foi positiva, com problemas de motor a levarem à desistência, mas isso não ficou da memória de praticamente ninguém, ao contrário das linhas do carro, em particular os proeminentes guarda-lamas traseiros, a imagem de marca do Renault 5 Turbo que ainda hoje perdura, principalmente, pelo menos para os portugueses, com o amarelo, preto e branco, as cores de competição da marca.

Contudo, antes de poder ser usado em competição, seja nos ralis ou na velocidade, o Renault 5 Turbo tinha de ser também um automóvel de produção em série, o que não se revelou fácil. Tudo por causa da produção do carro que, ao contrário do usual, era feito em três unidades diferentes, sendo depois montado como se de um puzzle se tratasse.

Uma opção de produção que acabou por atrasar o lançamento comercial do carro para 1980, ano em que foram para a estrada 802 unidades. Seguiram-se mais 536 em 1981 e 352 em 1982, para um total de apenas 1.690 exemplares. Um clássico logo à partida dada a reduzida produção.

Foi precisamente em 1982 que a Renault apresentou, uma vez mais em Paris, o 5 Turbo 2, mas, apesar do sucesso de vendas à época, a verdade é que foi um modelo que não perdurou no imaginário de todos nós, em grande parte pelo facto de não apresentar linhas tão ousadas e exclusivas como a versão original.

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