A prova portuguesa do campeonato mundial atrai cerca de um milhão de espetadores todos os anos e já mereceu o nível Three-Star da Sustentabilidade da FIA pelo seu programa vanguardista de gestão de resíduos e de práticas ambientais avançadas.
O WRC é o primeiro Campeonato do Mundo FIA a fazer uma acreditação ambiental de nível superior, que é obrigatória para todos os ralis desde 2016, e o Rally de Portugal está na vanguarda destes avanços.
A partir da experiência do WRC, a Comissão para o Ambiente e para Sustentabilidade da FIA, liderada pelo seu Presidente, Felipe Calderon, definiu como prioridade estender a acreditação ambiental a outros Campeonatos, e este foi o mote para um workshop reunindo todos os promotores dos Campeonatos do Mundo FIA, organizado pela FIA, em Genebra, no início de março último.
Carlos Barbosa, presidente do ACP, é membro ativo da Comissão para o Ambiente e para Sustentabilidade da FIA e revelou, durante o Rally de Portugal do passado fim-de-semana, estar orgulhoso “por definir um exemplo para o trabalho ambiental dentro do Campeonato do Mundo de Ralis FIA. Vamos continuar a fazer este trabalho com a nossa equipa fantástica, porque estamos a contribuir para um mundo melhor e mais sustentável”, referiu ainda.
O Promotor do WRC, Oliver Ciesla, acrescentou: “práticas ambientas de alto nível são tão essenciais no WRC como na vida quotidiana, e o esforço feito por todos os nossos eventos para obter a acreditação de mais alto nível deve ser reconhecido. O Chile, uma prova nova no WRC, definiu já como objetivo consegui-la neste primeiro ano, tal como o Rally da Turquia o havia feito no seu primeiro ano, em 2018. Atingir um equilíbrio neutro de CO2 em todos os aspetos dos fins-de-semana de ralis é o principal foco das nossas conversações com as organizações de todos os eventos, os existentes e os potenciais. O campeonato está orgulhoso dos seus progressos nesta área e honrado por também os destacar perante os nossos parceiros”.
O Dia Mundial do Ambiente é um movimento global promovido pela Nações Unidas desde 1974 para encorajar a criação de uma consciência mundial e de ações para proteger o ambiente. Assinalado a 5 de junho, é organizado à volta de um tema que concentra a atenção numa questão ambiental particularmente latente e apela à ação de todos. O tema para 2019 é a poluição atmosférica. Melhorar a recolha e a reciclagem de resíduos não só reduz a quantidade de lixo que é queimada ou depositada em aterros sanitários como ajuda a diminuir o consumo de materiais novos, para além de diminiuir as emissões de gases que promovem o efeito de estufa.
O Rally de Portugal tem um Plano de Implementação de um Sistema de Gestão Ambiental de vanguarda mundial e isso reflete-se na página inicial do sítio de Internet da prova, nos mapas oficiais, guias e documentação. Os organizadores estão a trabalhar proactivamente em parceria com o Ministério do Ambiente, através da Agência Portuguesa do Ambiente, para reduzirem os impactos ambientais causados pelo evento.
As entradas para o Quartel-General do Rally e os diversos escritórios e áreas oficiais, em Matosinhos, foram marcados com cartazes e sinalética, e houve notícias, vídeos e publicações nas redes sociais de documentários e informação sobre sustentabilidade ambiental.
Foram disponibilizados sacos de reciclagem e kits de recolha de óleo a todos os concorrentes durante o evento, e Equipas Ambientais estavam disponíveis nas zonas de Rally Pass para informar os espetadores sobre a forma correta de separar os resíduos em plástico, vidro, papel e indiferenciado.
Houve Eco-Marshals nas classificativas a transmitir informação ambiental e a promover a utilização dos ecopontos, garantindo também que as áreas eram evacuadas logo que possível, para reduzir potenciais danos de longo prazo nos ecossistemas. Os fornecedores de catering também foram responsabilizados pela reciclagem dos próprios resíduos, e o uso que materiais reciclados foi encorajado, pra evitar o uso de plástico descartável.
Para educar as gerações mais novas – o futuro do desporto motorizado mundial -, foi criado um Jogo de Ralis de Reciclagem, como uma extensão ao Programa ACP Kids, usado previamente.
A organização do Rally de Portugal também trabalhou em cooperação com comunidades locais e municípios para iniciar uma campanha para erradicar o excesso de resíduos e promover um rali mais sustentável. A campanha arrancou no Dia Internacional da Reciclagem (17 de maio) e prolongou-se até ao fim do Rally.
Neste esforço coletivo para ajudar a promover a consciência de práticas sustentáveis, pilotos portugueses como Armindo Araújo e José Pedro Fontes, juntamente com os principais pilotos do WRC, aproveitam todas as oportunidades para defender esta causa e demonstrar o seu compromisso através dos seus próprios canais