Primeiro, por volta dos 16 anos, vem o anseio pela carta de condução de mota. Depois, com os 18, vem o desejo pela carta de carro. É quase sempre assim. E o ritual da procura da escola de condução mantém-se entre gerações: ora através de conselhos de amigos, ora pela busca perto de casa ou da escola ou, mais recentemente, pela internet.
O preço é, muitas vezes, o fator de “desempate”. Mas o que à primeira vista pode parecer barato, a longo prazo pode não ficar assim tão em conta. Por isso, se está a pensar oferecer a carta de condução ao seu filho, saiba o que deve procurar. Caso seja ele a pagá-la, mostre-lhe este artigo.
Idade e carta de condução
Se ouvir um adolescente de 14 anos a pedir a carta de condução, não se admire. Com as alterações do regulamento da habilitação legal para conduzir e do Código da Estrada, deixou de haver a Licença Especial de Condução de Ciclomotores, passando a carta de condução da categoria AM (motociclos).
Assim, entre os 14 e os 16 anos é possível tirar a carta de condução desta categoria, restringida a ciclomotores de duas rodas com cilindrada até 50 cm3 (ou até 4 kW de potência) e velocidade máxima de 45 km/h.
Aos 16 anos, poderá conduzir todos os veículos da categoria AM. Isto é, veículos a motor de duas ou três rodas e quadriciclos ligeiros, com cilindrada até 50 cm3 e velocidade máxima até 45 km/h. Sem esquecer os veículos agrícolas da categoria I — motocultivadores com reboque ou atrelado e tratocarros, desde que o peso bruto não ultrapasse os 2500 kg.
Os motociclos até 35 kW de potência e os automóveis ligeiros (categoria B) apenas podem ser conduzidos aos 18 anos. Contudo, os alunos podem inscrever-se nas escolas de condução e receber aulas teóricas e práticas meio ano antes de completarem a idade mínima obrigatória para o título pretendido.
A escola ideal
Tal como a escolha da instituição de ensino superior, também a escola de condução deve ser meticulosamente ponderada. Afinal de contas, é nela que vão ser transmitidos os ensinamentos de condução, para que mais tarde não se ponha em risco a própria vida e a dos outros. A proximidade da zona de habitação (ou da escola/trabalho) e o preço costumam ser os principais fatores de decisão, mas nem sempre os mais fiáveis.
Nas Escolas de Condução do Automóvel Club de Portugal (ACP), a prioridade é o conhecimento. É por isso que, desde 1934, defendemos a qualidade de ensino, segurança e preocupação em preparar candidatos para uma condução correta, segura e consciente. Ou não fosse o seu lema “ensinar a conduzir e não apenas a tirar a carta”. As escolas ACP têm em atenção aquilo que outras escolas de condução deveriam ter (mas nem sempre têm):
A escola na qual o melhor amigo do seu filho tirou a carta de condução pode ser mais barata. Mas terá em conta as despesas de funcionamento das 32 aulas obrigatórias que o preparam devidamente para o exame? Provavelmente, não. Assim, o custo que supostamente poupou vai ser gasto mais tarde, com aulas suplementares depois das reprovações.
- Número de horas da prática de condução
Para a carta de condução de veículos ligeiros (B) é obrigatório conduzir 32 horas e 500 quilómetros. Já para a de motociclos, com ou sem carro lateral e triciclos a motor (A1, A2 e A), é necessário que a escola dê ao aluno 12 horas de condução e 120 quilómetros, ou 200 quilómetros no caso da categoria A. Certifique-se que a escola cumpre estes números.
Uma escola que não prepare devidamente os alunos tem sempre uma taxa de reprovação superior àquelas que se preocupam com a formação. Peça a percentagem passagem à primeira da escola e certifique-se que os instrutores possuem bons resultados no sistema de avaliação. Nas Escolas de Condução do ACP, o foco está na passagem à primeira.
- Escolha do centro de exames
Não, a escolha do centro de exames não cabe à escola de condução, mas sim ao aluno. Por isso, se pretende escolher um, a escola deve respeitar a sua decisão. Para saber se a escola não levanta quaisquer constrangimentos, o ACP aconselha a fazer o seguinte teste: pergunte à escola em questão se recomenda um centro de exames e, de seguida, proponha outro. “Se houver resistência, torne claro que conhece a lei”, aconselha.
- Aulas práticas individuais e personalizadas
Ter mais do que um aluno no mesmo carro ou mais do que uma moto com alunos atrás do carro do instrutor é uma afronta à lei. Não é permitido. Cada hora de aula prática é exclusiva para um só aluno.
- Recursos humanos e técnicos adequados
Uma escola que tenha uma rotatividade de instrutores muito grande não é, de todo, uma escola que zela pelos seus recursos humanos e, consequentemente, pelos seus alunos. Não se iniba de perguntar há quantos anos cada instrutor permanece na escola. E tome atenção à frota: número de carros e motos disponíveis, assim como os modelos. Conhecer as facilidades técnicas ou metodológicas de aprendizagem é também um ponto de partida para perceber se está a optar por uma boa escola.
Se não se sente confortável com a escola pela qual optou, pode pedir para mudar. Se a mesma criar impedimentos ou até exigir pagamentos para a saída, opte por outra que, à partida, não o faça.
Compare e faça a escolha certa
Porque existem muitos critérios a ter em conta, não deixe de comparar com uma Escola de Condução ACP.
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