- Mosteiro de Alcobaça – o conjunto monumental do Mosteiro de Alcobaça é um dos mais notáveis e bem conservados exemplos da arquitectura e filosofia cisterciense.
Foi último fundado por S. Bernardo, um dos mais importantes monges de Cister, e o primeiro gótico. A Abadia foi fundada em 1153, por doação de D. Afonso Henriques a S. Bernardo. Em 1178 iniciaram-se as obras do actual edifício, que se arrastaram durante várias décadas, até que, em 1223 lá se instalaram os monges, cujo lema era “Ora et Labora” – Ora e Trabalha.
De salientar que o local escolhido para a instalação do Mosteiro, não o foi à toa – ele tinha um grande potencial agrícola e assim, favorecia a política e o interesse cisterciense de desenvolvimento agrário. Para melhor aproveitamento, os monges construíram uma levada, isto é, desviaram a água do rio Alcoa, para regar as terras. Procederam também à captação de água potável, mediante um sistema hidráulico impressionante pelas soluções técnicas então adoptadas. Em pouco tempo, toda a área envolvente do Mosteiro estava cheia de granjas, vinhas, pomares e, até os pântanos eram transformados em terrenos aráveis, mediante a prática de arroteamento.
A Igreja tem 100 m de comprimento e planta em forma de cruz latina, contemplando um Deambulatório que integra nove capelas radiantes. No transepto, estão agora os túmulos de d. Pedro e D. Inês.
As áreas medievais, como a Sala do Capítulo, o Refeitório, a Sala dos Monges e o Dormitório, foram construídos nos séc. XIII e XIV. O Rei D. Dinis mandou construir o Claustro do Silêncio, o maior da sua época, em Portugal.
O Rei D. Manuel manda alargar o Mosteiro, construindo a Sacristia Nova, o Sobreclaustro (por cima do de D. Dinis), um novo Cadeiral para a Igreja e uma Livraria – esta, nunca foi encontrada, como a maioria destes melhoramentos de que restaram apenas o átrio da Sacristia e o Sobreclaustro. A Cozinha é completamente revestida de azulejos e tem uma imponente chaminé que assente em oito colunas de ferro forjado e um tanque de água corrente, proveniente da Levada, o que prova a genialidade dos Monges de Cister no que se refere à engenharia Hidráulica.
Por tudo isto o Mosteiro foi classificado como Património da Humanidade, pela UNESCO.
- O Claustro de D. Dinis – é um dos mais belos, em estilo gótico, em Portugal e data de 1308/1311, no reinado de D. Dinis
- O Túmulo de D. Pedro – é completamente preenchido com edículas (casinhas) góticas, contendo passagens da vida de S. Bartolomeu. Na cabeceira, tem uma rosácea formada por 18 edículas, em duas faixas circulares em que foram representadas as Rodas da Vida (na exterior) e da Fortuna (na interior).
- O Túmulo de D. Inês – está assente em seis suportes constituídos por seis figuras híbridas – rosto humano e corpo de animal. As edículas laterais são completamente preenchidas com cenas do Novo Testamento e, na cabeceira, com a figuração do Calvário. Aos pés, está representado o Juízo Final, também em edículas.
- Capela Relicário – faz parte da Sacristia Nova, ficando no respectivo topo – é uma capela de rara beleza.
- Cozinha – ficava a oeste do Refeitório, contígua, funcional. Pensa-se que foi destruída no Séc. XVII, quando foi construído o Claustro Afonso VI, embora tivesse ficado a porta, românica. A cozinha que agora pode ser vista, fica entre o Refeitório e a Sala dos Monges e mostra, ao centro, uma grande chaminé, forrada a azulejos e, ao fundo, um tanque com água corrente, água essa que vem da “levada”, e que é destinada às lavadas necessárias – o seu aspecto grandioso e magistral surpreende, lado a lado com o despojo medieval.
- Refeitório – ao lado da cozinha, é uma área impressionante, pela dimensão e arquitectura – tem três naves abobadadas, divididas por duas fileiras de quatro colunas com elegante Púlpito do Leitor, a poente. Neste púlpito, diariamente, um monge encarregava-se da leitura sacra, durante as refeições. Chega-se ao ele por uma pequena escada.
- Capela do Desterro – data do séc. XVIII. É pequena e rectangular, com fachada barroca, portal ladeado por quatro colunas salomónicas, rematadas por um frontão que tem, ao centro, um óculo. Todo o conjunto é coroado por uma edícula preenchida por um grupo escultórico representando a Anunciação a S. José. O Altar-Mor é decorado com talha dourada. Nele estão depositados os restos mortais de D. Constança, Virgem e Mártir. O interior é revestido de azulejos atribuídos a António Vital Rifarto, datados de 1720/23 - o tema é a fuga da Sagrada Família e o seu Regresso ao Egipto.
- Galeria – a Galeria, que em tempos albergou o Colégio de Nª Srª da Conceição, os aposentos dos Abades e onde chegou a funcionar a Biblioteca, foi muito alterada no final do séc. XX – hoje, o corredor abobadado, a recepção e as cinco salas constituem um espaço para exposições.
Outro Património de Alcobaça
Freguesia de Cós
- Convento de Cós – foi fundado no séc. XIII, por Frei Fernando e é um dos mais importantes mosteiros femininos da Ordem de Cister. As maiores obras de recuperação foram realizadas no reinado de D. Manuel I, no entanto, a configuração que hoje existe resultou das obras efectuadas na 2ª metade do séc XVII. Na fachada, salientam-se o portal, que data de 1671 e as esculturas das principais figuras da Ordem de Cister – S. Bento e S. Bernardo.
O interior é barroco português, com a capela-mor terminada em 1675 e, no ano seguinte, decorada com talha dourada. A igreja é totalmente revestida de azulejos de padrão dos séc XVI /XVII. O cadeiral de talha do coro das monjas é muito bonito.
- Museu da Bernarda – tem algumas das mais representativas peças de faiança portuguesa do último século e da de Alcobaça, da firma Raul da Bernarda e Filhos
- Museu Atlantis – em Casal da Areia, o museu está ligado à fábrica mais famosa de cristais – a Atlantis, claro
Freguesia de Bárrio
- Museu Monográfico do Bárrio – é dedicado aos achados arqueológicos encontrados nas ruínas romanas de Parreitas, numa colina em Bárrio.
Freguesia de Alcobaça
- Museu dos Coutos de Alcobaça - tem uma área museológica na cidade e engloba outros edifícios e edificações nas outras freguesias; visa também o património natural, salientando a relação entre a região e o Mosteiro e, também os aspectos relevantes da sua actividade antes e depois da presença dos Monges de Cister.
- Museu do Vinho – está instalado numa adega antiga, de 1875. Dispõe de uma colecção de 105000 peças, alfaias agrícolas, máquinas, objectos ligados à vitivinicultura, desde o séc. XVIII.
- A Ordem de Cister, já instalada no Condado Portucalense, no séc. XII, acompanhou a conquista e formação do reino de Portugal e a consolidação, no poder, da 1ª Dinastia. Graças à protecção régia, foi instalando os seus mosteiros, progressivamente. Ao mesmo tempo, ia “colonizando” e desenvolvendo os territórios ocupados.
OsMonges escolhiam criteriosamente os locais onde instalar os seus Mosteiros, cultivavam-nos, não sem criarem condições especiais para uso dos terrenos e da água necessária para o seu cultivo – hoje são consideradas Mosteiro de Alcobaça notáveis os trabalhos que os monges fizeram para desviar a água dos rios para a rega dos terrenos. Também com técnicas especiais tornaram terrenos pantanosos em áreas próprias para a agricultura.
A produção agrícola levou a quer os Monges desenvolvessem também a arte da doçaria – doces feitos a partir da fruta produzida nos pomares e os licores, com receitas protegidas ainda hoje por grande secretismo, mas que podem ser saboreadas, todos os anos, no próprio Mosteiro, em mostra com a participação de outros produtores nacionais e estrangeiros.
TOMAR - CONVENTO DE CRISTO
É uma cidade com 20.000 habitantes, situada em região já ocupada pelo Homem há milhares de anos. Foi fundada por Gualdim Pais, em 1160 e Sede das Ordens do Templo e de Cristo, de que o mesmo Gualdim Pais era Grão Mestre. Na mesma altura, deu-se início à construção do castelo e da vila de baixo, pela Ordem dos Templários. Foi, no entanto, sob a égide do Infante D. Henrique, Administrador da Ordem de Cristo, que a região cresceu e se desenvolveu. Para tal, também concorreram as suas condições naturais – excelente clima, abundância de água, bons solos e rios, a favorecerem as comunicações - que fixaram lá o Homem, deixando as suas “marcas” como grutas, antas, povoados, moedas, esculturas, a lenda de Stª Iria, a toponímia, as “rodas de rega” e os “açudes de estacaria”. D. Manuel I dá-lhe novo foral, em 1510 e, neste mesmo século, Tomar foi um grande centro artístico, para o que concorreram muitos arquitectos e pintores, como João de Ruão. As escavações, em 1980, numa rua da cidade, mostraram o forum de Sellium e a respectiva organização urbanística. Durante o séc. VII ali foram instalados conventos de frades e freiras, datando dessa altura a lenda de Stª Iria:
“Diz a lenda que na antiga Nabância (Tomar) nasceu Iria, uma bela jovem. Desde cedo, Iria descobriu a sua vocação religiosa e entrou para um convento A região era governada pelo príncipe Castinaldo, cujo filho Britaldo tinha por hábito compor trovas junto da igreja de S. Pedro. Um dia, ele viu Iria e ficou perdidamente apaixonado por ela e, por lhe estar vedada, adoeceu de amor e, febril e desesperado, reclamava a presença da jovem. Temendo o pior, os pais foram buscá-la. Iria pediu-lhe que a esquecesse, porque o seu coração e o seu amor eram de Deus. Britaldo concordou sob a condição de que ela não pertencesse a mais nenhum homem. Algum tempo depois, Britaldo ouviu rumores, infundados, de que Iria tinha atraiçoado a sua promessa e amava outro homem. Furioso, seguiu-a num dos seus habituais passeios ao rio Nabão, apunhalou-a e atirou o seu corpo à água. O corpo de Iria foi levado pelas águas até ao Zêzere e daí ao Tejo. Foi encontrado junto da cidade de Scalabis (Santarém), encerrado num belo sepulcro de mármore. O povo rendeu-se ao milagre e, a partir de então, a cidade passou a chamar-se de Santa Iria, mais tarde Santarém. Cerca de seis séculos depois, as águas do Tejo voltaram a abrir-se para revelar o túmulo à rainha D. Isabel, que mandou colocar o padrão que ainda hoje se encontra na Ribeira de Santarém.”
Da ocupação árabe, ficou o nome de Tamaramá que significa “doces água” e que resultou em Tomar
Durante a dominação dos filipes, também os reis espanhóis investem em Tomar – obras no Claustro Principal do Convento e Aqueduto dos Pegões; criação da Feira de Stª Iria, que ainda hoje se realiza.
Entre os sécs. XVII e XIX, assiste-se a grande desenvolvimento industrial, nomeadamente fábricas de chapéus, de fiação de tecidos e fábricas de papel. D. Maria II elevou Tomar a cidade, em 1844. O fotógrafo Silva Magalhães fundou, em 1862 a Typographia e Photographia, tendo deixado grande colecção de retratos e vistas; depois foi a vez de chegar o cinema, a imprensa com o semanário “Emancipação” dirigido por Angelina Vidal; chegou também a electricidade, foi uma das primeiras cidades a tê-la e, já no séc. XX foi criado por Manuel Mendes Godinho o núcleo industrial, com moagem, cerâmica, alimentos para gado, extracção de óleos e platex – de tão importante, este núcleo acabou por criar uma casa bancária. Perto, foi inaugurada a Barragem de Castelo de Bode, nos anos 50 e, ainda nesta década, foi recuperada a Festa dos Tabuleiros, por João dos Santos Simões.
Em 1983, o conjunto Castelo dos Templários / Convento de Cristo, foi reconhecido pela UNESCO como Património Mundial. Logo a seguir, nos anos 90 começou, lentamente, a recuperação do centro histórico.
Castelo dos Templários e Convento de Cristo - O Castelo dos Templários / Convento de Cristo, foi sede da Ordem do Templo, até 1314 e da Ordem de Cristo, a partir de 1357.
Do Castelo, cuja construção data da fundação de Tomar (1160) faz parte a Charola octogonal – santuário românico, com influência oriental, construído em finais do séc. XII.
O conjunto, tem três pontos de interesse, que são:
- o artístico – patente em cada bocadinho que se percorre, sendo os mais importantes o Portal Principal, a Charola, a Janela da Sala do Capítulo e o Claustro de D. João III;
- o funcional – que tem a ver com as funções que teve de alojar monges-guerreiros e frades em clausura, a quem a mata proporcionava o contacto com a natureza;
- o de consolidação / expansão – primeiro consolidar as conquitas feitas e o novo País, depois promover a sua expansão pelo Mundo, espalhando a palavra de Cristo.
No Castelo há três recintos muralhados, sendo os mais importantes os locais da Charola e da Torre de Menagem. Entre a <alcáçova e a Charola, no local onde foram, no séc. XV, os Paços do Infante, foram encontrados restos de ocupação muçulmana
Convento de Cristo
Eis os elementos mais importantes do Convento de Cristo, especificamente:
O Convento de Cristo foi construído ao longo de cinco séculos. Foi um dos Monumentos mais prestigiados em Portugal; é famoso também pela mistura de estilos arquitectónicos, devido aos acréscimos que foram sendo construídos ao longo dos séculos. Os especialistas dizem que é em estilo manuelino, com uma pitada de gótico, alguns resquícios mouros e colunas ora coríntias ora toscanas.
O infante D. Henrique foi o mais famoso Grão Mestre da Ordem do Templo. Como tal, permitiu-se usar os fundos da Ordem para custear as suas explorações marítimas e, assim, associou também o nome da Ordem aos seus feitos.
Foi no Convento de Cristo que foi assinada a União Ibérica, em 1581, a partir da qual Portugal passou a ser regido por Espanha. Esta situação durou até 1640, até à Restauração.
No período das Invasões Francesas, o Convento de Cristo foi usado como base militar, pelas tropas invasoras… danos consideráveis foram infligidos ao Monumento, embora tivesse continuado como um dos legados arquitectónicos mais importantes do País. Podemos destacar os seguintes pontos de interesse:
- a entrada Majestosa; - Os lindos Murais e esculturas da charola; - a Nave Manuelina, do séc. XVI; - os oito Claustros; - a Janela Manuelina, da Sala do Capítulo; - a Cruz da Ordem de Cristo e a esfera armilar, emblema de D. Manuel I, de Portugal.
- Janela da Sala do Capítulo, manuelina – é a mais simbólica das cinco janelas do Coro Baixo da Igreja do Convento. É um hino à arte manuelina, e acabou por se tornar num símbolo do património português, cheio de alusões às Descobertas e à História de Portugal. É uma referência, no que se refere à Arte portuguesa, devido à profusão de elementos decorativos manuelinos e do intenso simbolismo. A fachada em que se insere é, por si só, uma peça artística, que lhe complementa o significado e faz sobressair outras ideias, uma das quais, que os Tabuleiros da Festa dos Tabuleiros terão sido inspirados nos botaréus que ladeiam aquele espaço.
- Charola (Templária) – era o oratório da Ordem dos Templários, no Castelo – é uma estrutura cilíndrica, que denota influência oriental, do séc. XII, militar, para proteger o sagrado, como dera protegido o Santo Sepulcro, em Jerusalém. Aparece como um tambor central octogonal, de oito pilares, compostos por 4 colunas adossadas. No séc. XVI foi rasgado um arco, para o Coro, que é iluminado por um óculo que, no exterior faz parte da decoração da Janela do Capítulo. A Charola apresenta pinturas na abóbada, no 2º andar do tambor (Paixão de Cristo), esculturas em madeira, representando anjos, santos e profetas e um conjunto da Virgem com S. João
- Claustro Principal – é o mais importante dos claustros do Convento de Cristo – era destinado ao recolhimento, oração e procissões. É renascentista, com influência italiana. Tem dois pavimentos sobrepostos, sendo o superior em terraço – o Terraço da Cena, rematado por uma balaustrada. No pátio está um fontanário central, barroco, em forma de cruz de Cristo, alimentado pela água do Aqueduto dos Pegões.
- Porta da Almedina – fica nas muralhas do Castelo e era a entrada para o burgo interior ou “Almedina” – também é conhecida por “Porta do Sangue” por nela ter sido sustida a invasão muçulmana, em 1190, em que morreu muita gente.
- Mata dos Sete Montes – era a antiga cerca dos freires do Convento de Cristo, que ocupava 39 hectares, murados e com uma profusão de espécies vegetais. Em 1939 esta área foi adquirida pelo Estado e transformada em Parque Florestal e Jardim.
- Aqueduto dos Pegões Altos – foi mandado construir por Filipe I, para abastecimento do Convento de Cristo. Tem 6 km de comprimento e 180 arcos. No troço do Vale de Pegões, de grande desnível, tem duas filas de arcos sobrepostos, sendo que os de cima, de volta redonda, assentam nos inferiores, ogivados.
- Ermida de Nª Srª da Conceição – tem três naves, abobadadas, data do séc. XVI, renascença puro, e fica situada na encosta do Convento de Cristo. Era inicialmente destinada a mausoléu de D. João III mas, a inesperada morte do Rei, em 1557, sem testamento, não o permitiu.
Outro Património de Tomar
- Capela de S. Gregório - quinhentista, com portal manuelino, decoração simples e protegido por uma galilé que protege dois outros lados da Capela. Os painéis de azul4ejos, setecentistas, são originários do Convento das Trinas de Lisboa.
- Convento de Stª Iria – em honra da padroeira da cidade, tem belo calvário de pedra e decoração baseada nos símbolos do Espírito Santo, nos painéis da Capela-Mor. No interior, azulejos do séc. XVII.
- Convento de S. Francisco - é construído em torno de dois claustros, data do séc. XVII. Interior de uma só nave, quase totalmente coberta com abóbada de berço. Numa das capelas laterais uma imagem de Stª Iria.
- Ermida de nª Srª da Piedade ou Ermida de Nª Srª do Monte – mandada edificar pelo Al caide de Óbidos, no séc. XIV, com portal ogiva e galilé alpendrada. Os azulejos azuis e brancos, séc. XVII, terraço e escadaria de meados do séc. XIX.
- Estaus – é um edifício onde funcionou o antigo bazar dos judeus. Foi encomendado pelo Infante D. Henrique, para a sua aposentadoria, alojamento e comércio. A complexa construção de 16 arcos, em ogiva, nos dois lados da rua, nunca foi concluída.
- Igreja de Stª Maria do Olival – é um templo gótico, de meados do séc. XIII, construído no sítio da antiga igreja templária erguida por D. Gualdim. O Panteão dos Mestres Templários foi sede da diocese “nullius diocesis” que tinha jurisdição sobre as “Igrejas dos Descobrimentos”. No exterior, de salientar a magnífica rosácea, a torre da atalaia, adaptada a campanário e a “loggia” do séc. XVI; no interior, a lápide de Gualdim Pais, o túmulo de D. Diogo Pinheiro e as imagens de Nª Srª do Leite e Santas Mães.
- Igreja de S. João Batista – gótica, construída por ordem de D. Manuel I, sobre a Ermida do mesmo nome, dp séc. XVI. A “imagem de marca” de D. Manuel I – Brasão Real, Esfera Armilar e a Cruz de Cristo, está presente na torre e repete-se nos portais Poente e Norte. Destaca-se, no exterior, a torre de três corpos, o Portal Principal, o Portal Norte e o Portal Sul, verosímil memória de um templo primitivo.
- Misericórdia – é o nome porque é conhecida a Igreja de Nª Srª da Graça ou da Cadeia – foi fundada por D. Manuel I, em 1510; é de construção maneirista; a imagem da padroeira preenche o nicho que remata o elegante pórtico quinhentista. A nave é de corada com molduras rectangulares de pedra e azulejos. Realce para o Milagre Eucarístico de Stº António, em painel do séc. XVI.
- Moinhos e Lagares d’El Rei – a instalação dos primeiros moinhos e lagares de Tomar começou nos sécs XII e XIII e foi promovida pelos Templários que gozavam de grandes privilégios.
Os lagares de azeite da Ribeira da Vila, alimentados pelo Açude dos Frades, são mencionados na “Real Sentença” de D. Dinis, de 13 de Julho de 1295. Ampliados no reinado de D. Manuel I, passaram a ser denominados por “Lagares d’El Rei”
Depois da extinção das Ordens Religiosas (1834) e a alienação dos seus bens, os antigos lagares e moagens da Ribeira da Vila passaram por vários proprietários particulares mas, apesar disso, conservaram o seu traçado.
- Paços do Concelho – são os antigos Paços Reais, que D. Manuel I edificou e ofereceu à Câmara. A remodelação maneirista, do séc. XVI eliminou a decoração manuelina. Os símbolos de D. Manuel continuam lá, embora com uma adaptação filipina. Destaca-se a galilé de três arcos, a fachada posterior, em arcos de volta inteira e, no interior, a galeria de exposições (memória das Boticas do Infante D. Henrique) e o Salão Nobre, com o Brasão de Tomar, no tecto.
- S. Lourenço – a Capela e o Padrão de S. Lourenço assinalam o encontro entre as hostes de D. João I e as de D. Nuno Álvares Pereira, rumo a Aljubarrota, a 10 de Agosto de 1835.
BATALHA - MOSTEIRO DA BATALHA
A Batalha apresenta, aos que a visitam, uma paisagem montanhosa, verdejante, possuindo grande património monumental e artístico, bem como paisagens deslumbrantes.
Acresce o facto de ter sido palco de marcantes eventos históricos, que são patentes em cada aldeia, em cada lugar, onde deixaram as suas marcas. A História, revelada um pouco por toda a parte, a beleza natural, a paisagem serrana, tranquila o património edificado, as gentes hospitaleiras, o artesanato, a gastronomia, com os seus cheiros e sabores, são razões suficientes para uma visita à Batalha.
- Mosteiro da Batalha ou de Nª Srª da Vitória – o Mosteiro é uma das mais belas obras da arquitectura portuguesa e europeia. A sua construção deve-se ao cumprimento de uma promessa feita por D. João I, em agradecimento pela vitória na batalha de Aljubarrota, em 14/8/1385, que lhe garantiu o trono e assegurou a independência de Portugal. A construção demorou 150 anos, daí a presença de vários estilos como o gótico, o mais abundante, o manuelino e vários apontamentos de renascentista. O projecto inicial foi alvo de vários acrescentamentos, que resultaram no que hoje existe – conjunto monástico com igreja, dois claustros com dependências anexas e dois panteões reais, a Capela do Fundador e as Capelas Imperfeitas.
D. João I doou o Mosteiro da Batalha à Ordem de S. Domingos, eventualmente também por influência do Dr. João das Regras, chanceler do reino e Frei Lourenço Lampreia, seu confessor. Assim ficou, até à extinção das ordens religiosas, em 1834, tendo passado depois para a Fazenda Pública e é, hoje, pertença do IGESPAR – como espaço cultural, turístico e de devoção que é.
Referência para a Dinastia de Avis – dela, destacam-se D. João I e seus filhos, pelos grandes feitos na área do conhecimento, da expansão marítima, da cultura e artes e, mesmo em novas técnicas de governação do País. Estes Infantes, apelidados de “Ínclita Geração” por Camões, nos Lusíadas, são D. Duarte, D. Pedro, D. Henrique, D. João e D. Fernando – nasceram do casamento de D. João I com D. Filipa de Lencastre que, em conjunto, tudo fizeram para que os seus filhos tivessem a melhor educação possível, adquirissem conhecimentos nas mais variadas áreas. O resultado foi excelente porque, para além de tudo o que foi aplicado aos Descobrimentos, eles escreveram obras notáveis, como o Leal Conselheiro e a Arte de Bem Cavalgar em Toda a Sela, ambos da autoria de D. Duarte, obras essas que foram marcos na nossa História e como tal foram lembradas.
D. João I e seus filhos jazem na Capela do Fundador, no primeiro Panteão Régio construído – só D. Duarte não ficou lá, construiu o seu próprio Panteão.
- Túmulo do Soldado Desconhecido - desde finais do séc. XIX que, por um conjunto de razões, culturais e mentais, foi atribuído ao Mosteiro da Batalha, um sentido histórico, nacionalista e celebrativo, o que fez com que fosse escolhido para fiel guardião do Soldado Desconhecido.
Em 9 de Abril de 1921, aniversário da Batalha de La Lys, da 1ª Guerra Mundial, foram conduzidos para o Mosteiro da Batalha, Templo da Pátria, os dois Soldados Desconhecidos, vindos da Flandres e da África Portuguesa, representando os gloriosos mortos nas expedições enviadas a estes teatros de operações, como símbolo do sacrifício heróico do Povo Português.
Assim, como que santuário da alma nacional, passou a ser cenário de visitas patrióticas.
O Túmulo do Soldado Desconhecido está colocado sob a “arrojada” abóbada da Sala do Capítulo, alumiado pela “Chama da Pátria” do Lampadário Monumental e tem Guarda de Honra e protecção do “Cristo das Trincheiras” que, na Flandres, acompanhou sempre as tropas portuguesas.
- Porta Principal – o pórtico é da autoria de Huguet e é único em Portugal. É constituído por várias arquivoltas, cada uma delas com conjuntos de imagens como os Apóstolos, imagens do Mundo celeste, papas, bispos, diáconos, monges, os reis de Juda (antepassados de Maria e do próprio Cristo), os profetas, figuras angélicas e, no tímpano, a figura de Deus. A rematar este único e belo conjunto escultórico, está uma cena da Coroação da Virgem.
- Capela do Fundador – fica à direita do pórtico de entrada. Não estava inicialmente prevista, mas D. João I decidiu fazer lá um Panteão familiar e encarregou disso o mestre Huguet. É, assim, o primeiro Panteão Régio em Portugal, notável, em termos arquitectónicos e escultóricos – tem planta quadrangular mas, ao centro, aparece um octógono coberto com abóbada complexa, estrelada, que forma um dossel glorificador de D. João I e D. Filipa de Lencastre, na sua arca tumular. É uma grande arca gótica, sobre a qual foi esculpido o casal régio, de mão dada, coberta por baldaquino com os seus escudos de armas. Na parede do fundo, estão os túmulos dos seus filhos, à excepção de D. Duarte.
No início do séc. XX, D. Carlos I mandou lá colocar arcas funerárias com os restos de alguns descendentes de D. João I – seu neto, D. Afonso V, o filho deste, D. João II e D. Afonso , príncipe herdeiro de D. João II, que faleceu precocemente.
- Igreja de Stª Maria da Vitória – ao entrar, somos avassalados pela sua majestade e grandeza; o seu interior, resultante do ambicioso projecto de D. João I, monumental, cujo fim era mais afirmar o seu poder e o significado do Mosteiro, como Panteão Real, do que uma vocação conventual. Prova é o facto de que a Ordem Dominicana nunca foi tão numerosa que justificasse instalações daquela dimensão.
A igreja tem três naves, as laterais mais baixas que a central, abobadada. No centro do ceptro, onde conduzem as naves, vê-se um altar-mor, moderno. A seguir, encontra-se a cabeceira, constituída por cinco capelas, poligonais, a que conduzem tramos rectos, sendo a central maior, em altura e profundidade, que as laterais.
A capela-mor, em dois andares, tem frestas de iluminação, preenchidas com vitrais, dos quais, os mais antigos, datam dos primeiros anos do séc. XVI – foram uma inovação na arquitectura gótica portuguesa. Estes vitrais ficam à altura da nave central, acentuando a profundidade da mesma, da qual acaba por constituir um remate luminoso e transparente.
As abóbadas das três naves são nervuradas, com ogivas e cadeias e, ao meio, grandes chaves ornamentais, com elementos vegetais, naturais. Por tudo isto se pensa que foi também o mestre Huguet o responsável por esta finalização.
A porta lateral, com quatro arquivoltas de arco quebrado, é da autoria de Afonso Domingues, que utiliza, na decoração, elementos arcaicos, nas arquivoltas e na definição do gablete (remate triangular que encima as arquivoltas). Como novidade tem a aposição dos brasões dos fundadores do mosteiro, no referido gablete.
- Vitrais – a Igreja de Stª Maria da Vitória foi talvez a primeira igreja em que foram utilizados os vitrais – o estudo, nesse sentido teve início entre os anos 30/40 do séc. XV. Dos originais, existem ainda alguns, com motivos figurativos, vegetais e geométricos e alguns painéis heráldicos. Pela descrição que Frei Luis de Sousa a) faz do monumento, em 1623, apercebemo-nos que todas as aberturas da Igreja e da Capela do Fundador, conservam os vitrais originais
a) Não o personagem de Almeida Garrett, mas quem o inspirou, Manuel de Sousa Coutinho, nascido em Santarém, em 1555 e que professo, em 1614, com o nome de Frei Luis de Sousa
Mouzinho de Albuquerque procedeu, em 1840, ao restauro do Monumento, vitrais incluídos. Posteriormente, foram de novo restaurados entre 1996 e 2005 – nesta altura não voltaram para as janelas, devido à sua degradação, mas são a prova de que existiam e desde quando.
O Mosteiro da Batalha foi o centro português de criação de vitrais, entre os sécs. XV e XVI – lá se instalaram os praticantes daquela arte que, à medida que surgiam encomendas, se deslocavam para vários pontos do País.
- Casa do Capítulo – a meio da galeria Este do Claustro Real, vemos a porta de entrada para a Casa do Capítulo, que é um vasto espaço quadrangular com 19m de lado, coberto por uma abóbada estrelada de oito pontas, sem apoio central – era nesta sala que se reuniam os monges, para escutar e reflectir os vários capítulos da regra monástica que tinham que seguir e para discutir os problemas, os assuntos do quotidiano. Na Casa do Capítulo, numa das mísulas dos ângulos, está a figura de um mestre pedreiro, acocorado e tendo na mão a régua identificadora da sua profissão; para além disso veste uma túnica e chapéu de turbante, traçado, com pano pendente, como era moda na altura. Numa parede vê-se uma grandiosa janela, preenchida com vitrais de 1514, já restaurados, e que retratam três momentos da crucificação de Cristo.
As dimensões desta Casa do Capítulo, a penumbra em que está sempre, a solenidade, os vitrais, a respectiva temática, levaram a que, para aqui, fossem trasladados os restos mortais de dois soldados desconhecidos e a Chama da Pátria, que arde no Lampadário Monumental.
- Mestre Afonso Domingues – cabe aqui lembrar este mestre arquitecto. A construção do Mosteiro da Batalha demorou 150 anos. Inicialmente foi Mestre Afonso Domingues o responsável tanto pela parte relativa a arquitectura, como pelas obras propriamente ditas. Com o decorrer dos anos, o Mestre envelheceu e cegou e o mestre Huguet foi escolhido para continuar os trabalhos. A 6 de Janeiro de 1401, D. João I deslocou-se ao Mosteiro da Batalha para assistir, na Igreja, ao Auto dos Reis. Esperava, nesse dia, ver concluída a abóbada da Casa do Capítulo, já da responsabilidade de Huguet. Foi primeiro à Igreja e, enquanto lá estava a abóbada, concluída há pouco tempo, começou a abrir fendas. O mestre entrou pela Igreja a clamar que o Mestre Afonso Domingues lhe tinha enfeitiçado o trabalho, entre outro palavreado… Enquanto isto, a abóbada ruiu. A construção foi retomada, segundo o traçado do velho e cego Mestre e, após concluída, assente apenas nas colunas que a sustentavam, foram retiradas as traves e deixada uma pedra no centro da sala, onde Mestre Afonso Dpomingues se sentou e aí ficou, sem comer nem beber. Durante três dias, como tinha prometido a Cristo. No final do 3º dia, D. João I recebeu a notícia de que o Mestre e grande arquitecto português tinha falecido, sem ter dito as palavras “a abóbada não caiu, a abóbada não cairá” como tencionava. Da pedra onde o Mestre Afonso Domingues estava sentado foi esculpida uma estátua em sua memória, posteriormente colocada na Casa do Capítulo, para homenagear todos os mestres arquitectos.
- Capelas Imperfeitas – atrás da cabeceira da Igreja, em linha com a capela-mor, fica o Panteão de D. Duarte, mais conhecido por Capelas Imperfeitas, ou Inacabadas – são sete capelas radiantes, separadas por pequenos corpos triangulares.
Foi D. Duarte que teve a iniciativa de construir esta capela e confiou a obra a Mestre Huguet, devido à sua experiência. Mas, a morte do Rei e, no ano seguinte, a do mestre, impediram a conclusão desta capela funerária – o Panteão de D. Duarte. No reinado de D. Manuel, foi decidido empreender a conclusão da capela, alterando o projecto inicial, conferindo-lhe, embora, maior monumentalidade – ver o sumptuoso portal, concluído no séc. XVI, da autoria de um dos grandes mestres do manuelino, Mateus Fernandes. Também as sete capelas foram terminadas no mesmo reinado. A varanda renascença, construída sobre o portal, data de 1533, reinava D. João III.
Só nos anos 40, do séc. XX, foram depositados, no Panteão Duartino os restos mortais de D. Duarte e D. Leonor de Aragão, sua mulher.
Outro Património da Batalha
- Igreja Matriz da Exaltação de Stª Cruz – foi construída por D. Manuel I, a pedido da população, porque o Mosteiro não lhe providenciava serviço religioso. É manuelina, tem capela-mor quadrangular, com abóbada estrelada. A igreja foi sendo acrescentada ao longo dos anos, nomeadamente nos sécs. XVIII e XX – esta última substituiu o campanário.
- Capela da Misericórdia – foi construída junto ao Hospital da Irmandade da Misericórdia, fundada por D. João I, em 1427. A capela é um edifício setecentista, joanino, de planta longitudinal, de uma única nave, assente em plataforma elevada, com várias dependências laterais, uma delas a Sala do Despacho, com tecto de Madeira. Na fachada, ver o janelão de moldura trabalhada, com balaustrada de cantaria, tendo no topo a coroa real, rococó, de final do séc. XVIII. A nave tem tecto pintado, com o escudo joanino e nela se destaca o altar-mor, de talha policromada, também do séc. XVIII.
- Ponte da Boutaca – foi assim chamada porque estava ligada a uma propriedade do Mestre Boitaca e foi iniciada na 2ª metade do séc. XIX.
- Capela de Nª Srª do Caminho - estava encaixada no muro que fazia parte da cerca conventual, voltada para a estrada que, da Batalha ia a Golpilheira, perto da Ponte Nova. Nas costas da capela existem ainda restos do muro e um nicho, voltado para o interior da propriedade.
A origem desta capela não é clara – reza a lenda que um frade dominicano encontrou a Virgem Nª Srª naquela zona da cerca, tendo-a levado para o Mosteiro. Daqui, ela desaparecia, para ser vista no local donde tinha sido trazida. Como o facto se deu por duas ou três vezes, o Mosteiro decidiu erguer ali uma capela – data do séc. XVII. No interior existe uma imagem recente, da Virgem e uma peanha com a inscrição “Nª Srª da Consolação” em escrita seiscentista, Parece, assim, que a capela terá tido uma invocação diferente da actual. O facto de só em documentos do séc. XVIII, aparecer o nome “Rua de Nª Srª do Caminho” em vez de Rua de Baixo, reforça esta ideia. Curiosamente, não existe referência a esta santa em qualquer documento da Diocese de Leiria ou relacionado com santuários portugueses.
- Cerca Conventual – a cerca conventual da Batalha teve a sua origem na propriedade chamada Qtª do Pinhal, comprado por D. João I a Egas Coelha e sua mãe, pouco depois da batalha de Aljubarrota (1385), com o fim de construir o Mosteiro de Stª Maria da Vitória. Era, no fundo, um conjunto de parcelas de vinha, olival e pinhal, com adega e lagar. No séc. XV, outras áreas se juntaram, por compra ou doação, algumas com casas e azenhas, que acabam por constituir fonte de rendimento para o Mosteiro. A gestão da área era difícil e D. Afonso V deu carta de couto à Qtª do Pinhal, invocando que era hábito cortarem e tirarem madeira, sem ordem dos Frades.
A partir de 1551, a vida do Mosteiro sofre alterações, em conformidade com as da Igreja Católica – os frades ficam sujeitos a clausura e, por isso, a Qtª do Pinhal é murada.
Após a extinção das Ordens Religiosas, a Qtª foi vendida em hasta pública, passou de mãos, foi dividida e hoje a maior parte pertence à Câmara Municipal da Batalha, que aí instalou algumas infra estruturas como piscinas, courts de ténis, pavilhão multiusos, campo de futebol, etc.
- Quinta da Várzea – não se sabe quando se constituiu a Qtª da Várzea, que ficava a noroeste do Mosteiro e era também pertença dos Dominicanos. O Couseiro ou Memórias do Bispo de Leiria, que data do séc. XVII, diz que a Qtª tinha moinhos de pão, terras e um lagar de azeite e que alí iam os religiosos da Batalha “ ter férias ou aliviações, às semanas ou dias, ordenados pelo prelado” e diz mais adiante que, na Qtª “assiste ordinariamente um religioso, do mesmo hábito e é frade leigo ou converso que tem cuidados dos moinhos e terras e de mandar por tudo em boa ordem e cobrança” – a Qtª era uma extensão do Mosteiro.
A Qtª da Várzea foi arrematada em hasta pública, em 1837, por Luis da Silva Mouzinho de Albuquerque, primeiro responsável pelo restauro do Mosteiro da Batalha. Em 1969 foi adquirida pelo Seminário Diocesano de Leiria, tendo voltado à posse da Igreja.
CIBA – Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota – fica em S. Jorge, 1 km a Sul da Batalha. É uma excelente maneira de salvaguardar e valorizar o património relacionado com o Campo Militar de S. Jorge, onde teve lugar a Batalha de Aljubarrota, a 14 de Agosto de 1385. Vários apontamento multimédia relatam a batalha. Um filme, produzido para o efeito, mostra o Portugal de quatrocentos.
- Capela de Stº Antão – data do séc. XV, e tem, no interior, uma admirável obra de arte, da mesma época – um Retábulo da Paixão de Cristo
Golpilheira
- Ermida de S. Bento da Cividade, do séc. XVI
- Ermida de Nº Sr dos Aflitos, séc. XV
Brancas
- Igreja de Nª Srª da Conceição, com belo alpendre
Reguengo do Fetal
- Igreja de Nª Srª dos Remédios – construída em 1512, teve algumas alterações, tanto no interior, como no exterior, após o terramoto. Assim, podem ver-se diversos estilos, sendo particularmente belos os arcos decorados e a pia baptismal, pela riqueza da decoração.
- Ermida de Nª Srª do Fetal – data de 1585, e foi construída com as esmolas “dos fiéis cristãos”, como prova da sua devoção, motivada pelo milagre que a Nª Srª do Fetal fez, de ter aparecido a uma pastorinha e lhe ter enchido a arca de pão. Ainda hoje se celebra este milagre – a freguesia é iluminada com milhares de cascas de caracóis, numa procissão de grande impacto visual
- Casa dos Peregrinos – construída entre os sécs XVI e XVII, para acolher os que iam à Igreja de Nª Srª do Fetal, em busca de ajuda espiritual
- Gruta do Buraco Roto – formação geológica cársica b), natural, onde foram descobertos, nos anos 80 do séc. XX, materiais cerâmicos e vestígios de presença humana, que lembra ritual funerário do final da Idade do Bronze.
b) Cársico = das zonas calcárias, modeladas pela erosão, devido à dissolução do carbonato de cálcio pela água das chuvas, carregadas de dióxido de carbono
- Pia da Ovelha – imponente forma curvada, elevada por baixo de uma formação calcária, estalactite, de onde sai água, nos meses chuvosos. O nome deriva do facto de os pastores aí darem de beber ao gado.
S. Mamede
- Igreja de Stº António – em Casal do Vieira – data do séc. XVIII e tem elementos maneiristas, no frontão da fachada principal e na torre sineira
- Escarpa de Falha de Reguengo do Fetal – acentuado desnível, resultante dos movimentos tectónicos
- Grutas da Moeda – recanto natural que se estende por 350 m de galerias, a 45 m de profundidade, com inúmeras estalactites, estalagmites e colunas – união das duas.