Baldes, pás e ancinhos são objetos que não podem faltar no saco de praia dos mais pequenos, assim como os inseparáveis brinquedos. O que ninguém quer levar na bagagem são problemas relacionados com o seu bem-estar. Porém, mesmo sem serem convidados, os problemas de saúde acontecem.
Estar sempre prevenido para o que possa acontecer e saber com quem contar em momentos de maior aflição é fundamental nas férias com crianças.
Alergias
Variam com a idade e com os tipos de alergénio. Se vai de férias com crianças muito pequenas, tome especial atenção à introdução de novos alimentos, como o leite de vaca, ovos, peixe ou glúten. A persistência de sensibilidade a determinados alergénios alimentares pode conduzir ao aparecimento de alergias respiratórias, como asma ou a rinite. Esta última pode também ser provocada por ácaros ou grãos de pólen de plantas, a chamada rinite alérgica (muito comum por volta dos 3 anos).
Sintomas: Eczema atópico; dificuldade em respirar; tosse e pieira noturna.
Prevenção: Prefira introduzir os novos alimentos em casa e não quando for de férias. Por outro lado, consulte o calendário polínico para saber quais os níveis de pólen na atmosfera no local onde vai passar férias.
Desidratação
A brincadeira é tanta que beber água é coisa que pode ficar para segundo plano. Com o calor à mistura, é importante tomar atenção à ingestão de líquidos pelas crianças. Caso vomitem ou tenham diarreia, é importante repor os níveis de água, de modo a evitar a desidratação.
Sintomas: olhos fundos; diminuição da frequência urinária (em bebés, a fralda estar seca há mais de 6 horas ou com urina amarela e com cheiro forte); pele, boca ou língua seca; choro sem lágrimas; muita sede; irritabilidade ou apatia fora do normal; sonolência ou cansaço excessivo.
Prevenção: não espere que a criança peça água. Ofereça-lhe a meio da brincadeira, complementada por alimentos ricos em água, como frutas (tangerina, melancia ou morangos) e legumes (tomate ou cenoura).
Insolação
Na hora de fazer a mala para ir de férias com crianças, não se esqueça dos chapéus e dos bonés. E não abuse da exposição ao sol, pois as crianças têm maior risco de sofrer insolações. Esta acontece quando o corpo sobreaquece devido a exposição prolongada a altas temperaturas.
Sintomas: dores de cabeça; tonturas; náuseas e vómitos; pele quente e seca; pulsação acelerada; temperatura corporal elevada; respiração rápida; confusão mental ou discurso incoerente.
Prevenção: não permita que a criança fique demasiado exposta ao sol. Aplique-lhe um produto com Fator de Proteção Solar 50 antes de saírem de casa e depois, de 2 em 2 horas. Vista-lhe roupa leve, fresca e ponha-lhe sempre um chapéu ou boné e óculos de sol. Ofereça-lhe água com frequência.
Intoxicação alimentar
A maioria das intoxicações alimentares dá-se devido a práticas erradas nas últimas etapas de confeção ou distribuição dos alimentos. As crianças, por terem um sistema imunitário ainda em desenvolvimento, acabam por ser um grupo de risco, estando, por isso, mais suscetíveis.
Sintomas: enjoos; vómitos; náuseas; diarreia; febre; dores de cabeça; calafrios; dores musculares e fraqueza.
Prevenção: lave sempre bem os alimentos e tire a casca da fruta, antes de a dar às crianças, mesmo que possa ser comida. Separe os alimentos crus dos cozinhados. Utilize água potável. Evite levar para a praia ou piquenique alimentos que contenham leite, natas ou ovos e conserve os alimentos em locais frescos.
Picadas de insetos
Sobretudo nos meses de verão, melgas, mosquitos e abelhas são sempre potenciais ameaças. E férias com crianças são sinónimo de umas quantas picadelas, pois são alvos fáceis. Apesar do desconforto que causam, não são graves. Exceto se a criança desenvolver reação alérgica à picada (normalmente, de abelhas). Nesse caso, o melhor é procurar ajuda médica imediata.
Sintomas: reação cutânea ligeira com uma pequena lesão dolorosa e comichão no local da picada. Por vezes, pode abranger uma área maior de inchaço e vermelhidão, podendo converter-se em bolha. Caso a criança sofra uma reação alérgica, pode apresentar sinais de anafilaxia (hipersensibilidade), devendo pedir ajuda médica imediatamente nos casos de: erupção cutânea generalizada (urticária) ou comichão intensa, tosse ou asfixia, dificuldade em respirar e em engolir, dificuldade em falar e/ou voz rouca, lábios ou língua inchados, desmaio, cor pálida.
Prevenção: vista as crianças com camisas de mangas compridas, mas frescas, e calças. Mantenha-as afastadas de águas paradas (como pequenos lagos), fontes de insetos. Cubra o carrinho dos bebés com uma rede. Proteja a casa com repelente.
Enjoos
Férias com crianças em viagens de carro implicam, quase sempre, uma paragem a meio do caminho porque alguma ficou indisposta. Os enjoos são comuns, sobretudo em crianças entre os 2 e os 12 anos. Acontecem quando os recetores sensoriais do corpo, o ouvido interno (responsável pelo equilíbrio) e a visão, enviam mensagens discordantes para o cérebro. Por exemplo, quando o ouvido interno deteta que o carro está em movimento, mas os olhos não. Tirá-las das cadeirinhas não é solução, afinal de contas é essencial à sua segurança.
Sintomas: náuseas; vómitos; palidez; suores frios; aumento da salivação; tonturas; dores de cabeça; sonolência; mal-estar geral e choro (em crianças mais pequenas).
Prevenção: ofereça uma refeição ligeira às crianças antes da viagem. Vista-as com roupa cómoda, sem que fiquem apertadas. Ofereça-lhes líquidos durante a viagem. A distração é importante. Recorra a canções, histórias ou faça com que se distraiam a olhar para a paisagem. Consulte o médico pediatra ou de família para saber se pode administrar fármacos antieméticos (medicamentos para o enjoo). Faça várias paragens pelo caminho, caso seja longo.
Quedas e afogamentos
Quando se visita um local desconhecido, as precauções devem ser redobradas. Com as crianças, o perigo está sempre à espreita. Por isso, é importante conhecer o local.
Prevenção: não deixe as crianças brincarem sem a supervisão de um adulto. Tenha especial atenção a janelas, varandas, escadas, praias, rios, piscinas, poços e declives. Acompanhe-as sempre dentro de água, mesmo que levem bóias, pois estas podem virar-se.
Férias com crianças em segurança
Antes de fazer as malas, visite o pediatra e procure saber que fármacos levar, nomeadamente para a diarreia ou febre ou, ainda, que pomada aplicar se a criança for picada por insetos. Isto, claro, sem esquecer a medicação habitual do seu filho, se for o caso.
Se não teve oportunidade de falar com o seu médico, não vá de férias a temer o pior. Todos os sócios ACP têm um plano de saúde gratuito. Desta maneira evita urgências e filas de espera. Basta chamar o médico a casa, mesmo que esteja na sua habitação de férias ou até num hotel. Não se esqueça que pode inscrever os seus filhos ou netos (menores) no ACP para que eles possam usufruir também desta proteção de forma gratuita.
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O conteúdo deste artigo tem caráter informativo e não dispensa a consulta do seu médico.