Como escolher pneus para uma moto

A informação essencial para conduzir um motociclo em segurança

Mais do que simples componentes de qualquer veículo, nas motos os pneus assumem uma importância vital. Para além de serem o único elo de ligação à estrada, a pequena área de contacto que estabelecem – do tamanho de um cartão de crédito – faz toda a diferença para qualquer motociclista, influenciando o comportamento da moto, a tração, a absorção das irregularidades e, o mais importante: a segurança.

Atualmente, um pneu concebido para motociclos é um símbolo de pesquisa, tecnologia e aplicação de materiais específicos que melhoram desde 1887, em que John Dunlop desenvolveu o primeiro pneu para um triciclo. Da borracha natural utilizada nesses dias, até à borracha sintética, petróleo, químicos diversos, carbono e silicone utilizados nos pneus modernos das nossas motos favoritas, a evolução foi radical!

A função dos pneus

Toda a tração necessária para acelerar, travar e curvar reside nos pneus. Os pneus cumprem também uma função complementar à suspensão, ao absorverem irregularidades antes que os braços e os amortecedores intervenham. E tudo isto nas condições mais extremas de calor, frio ou chuva.

Tenha atenção aos primeiros quilómetros com pneus novos

Não admira que a segurança dependa tanto destes componentes e ser tão necessário prestar-lhes o máximo de atenção. Os pneus comunicam, igualmente, muito do que se passa em condução: a direção está mais difícil ou diferente do habitual? Ao curvar ou travar há uma sensação de maior “peso”? Nestes casos os pneus podem estar com pressão a menos. Há vibrações ou oscilações? Talvez possa estar a dar-se uma fuga de ar ou alguma falha que pode ser perigosa.

Os pneus são uma fonte de informação e do seu perfeito estado e condições dependem a segurança e a vida de um motociclista.

Tipos de pneus

É importante definir que tipo de pneus escolher, de acordo com a utilização e o tipo de moto. Embora pareçam semelhantes, o rasto e os objetivos para que foram concebidos variam na mesma função dos muitos tipos de motos disponíveis. Os avanços na tecnologia de materiais têm permitido oferecer uma considerável oferta de pneus para todos os gostos e utilizações – a tradicional escolha entre um pneu duro para uma maior longevidade ou um pneu macio para uma maior aderência está definitivamente ultrapassada, com muitas opções mistas e duais.

Portanto, a escolha deve ser ponderada e adequada ao estilo de condução e à moto. Se a condução ocorrer fora de estrada, os pneus devem ser especificamente indicados para TT; se a utilização ocorrer em estrada e fora dela, deve ser considerado um pneu misto; e se utilizar habitualmente a moto em estrada, o pneu deve ter rastos menos pronunciados, que funcionem bem em piso seco e molhado.

E como escolher os melhores pneus para a sua moto?

Tal como a escolha da moto mais adequada para si, a mesma atenção deve ser dada aos pneus mais adequados para o tipo, utilização e peso da moto. É quase óbvio, mas é fundamental que a dimensão e indicações de velocidade e peso sejam os corretos. Só depois virá a escolha do tipo de borracha – a capacidade de aderência/longevidade – recomendada pelos fabricantes para o modelo em questão.

como escolher os melhores pneus para a sua moto

Um exemplo: escolher um pneu desportivo que depois vai ser predominantemente usado em estradas comuns, será uma opção que não só não atingirá a temperatura certa, como nunca irá cumprir da melhor forma o seu objetivo, comprometendo até o comportamento e a segurança em piso molhado.

Pneus indicados para estrada incluem sempre canais de escoamento de água do centro para as extremidades, de modo a evitarem fenómenos de aquaplaning e proporcionarem sempre a necessária aderência. Os rastos menos pronunciados, quando comparados com pneus concebidos para fora de estrada, significam maior área de contacto com o alcatrão e um potencial aumento de tração. É por isso que um pneu puramente desportivo (“slick”) é praticamente, ou totalmente liso, para que possa oferecer o máximo de contacto, sem preocupações de tração em chuva.

Cada escolha de pneus representa sempre um compromisso entre durabilidade, comportamento, tipo de estrada, peso transportado, “penduras” envolvidos e capacidade para enfrentar as diversas condições climatéricas sendo, por isso, muito importante escolher os mais indicados.

Em regra, pneus com borracha mais suave oferecem maior aderência mas têm um tempo de vida mais curto quando comparados com pneus de borracha mais “dura”. É, portanto, essencial compreender o objetivo colocado no fabrico de cada pneu antes da sua aquisição.

Nenhum pneu é perfeito, mas a tecnologia atual permite oferecer excelentes opções que funcionam bem em piso seco e molhado, com uma boa longevidade.

A influência da temperatura

A temperatura de utilização de um pneu específico para motociclos afeta um vasto conjunto de características na condução do veículo. Alguns graus de diferença são o suficiente para implicarem consequências sérias no comportamento e na segurança, entre os quais:

  • Travagem – a capacidade de travagem e aderência dos pneus altera conforme a temperatura, com menor eficiência de travagem em temperaturas demasiado baixas e demasiado altas.
  • Ao curvar – em curvas a alta velocidade, os pneus podem atingir temperaturas superiores a 100ºC (por exemplo, em autoestrada) com riscos para a segurança da condução.
  • Elasticidade – elevadas temperaturas aumentam a elasticidade dos componentes dos pneus e podem provocar deformações
  • Pressão – a pressão dos pneus modifica-se conforme a temperatura (pode, por exemplo, aumentar com o calor)
  • Aderência – a capacidade de aderência aumenta com um pneu quente e diminui com um pneu frio (um pneu frio tem maiores hipóteses de deslizar e provocar acidentes em curvas)
  • Estabilidade - os pneus quando frios apresentam menor estabilidadade
  • Irregularidades – quando frios, os pneus aumentam a transmissão das irregularidades da estrada.

Embora os pneus atuais apresentem uma faixa muito larga de temperatura ideal de utilização sem que sofram danos ou demasiado desgaste – entre os 5ºC e os 90ºC – é importante perceber que também aqui a escolha certa dos pneus adequados para cada moto tem um papel essencial na segurança e no comportamento da moto.

São utilizados diversos métodos para medir a temperatura dos pneus. No quotidiano, um dispositivo com sensor de temperatura é a forma mais fácil e segura de obter uma medição fiável. Um termómetro por infravermelhos é também uma solução de medição rápida e rigorosa. A outra hipótese, menos segura e menos fiável, passa pelo toque com a mão. A uma temperatura ideal de 20ºC, a sensação ao toque será de borracha fria, enquanto uma temperatura de 35ºC já se sentirá morna nas mãos.

Não se esqueça de verificar o estado e a pressão

Verifique regularmente a pressão, a profundidade dos sulcos e a presença de cortes, rasgões, bolhas ou desgaste anormal.

Consulte o manual da sua moto e siga sempre a pressão indicada. A recomendação é que o faça sempre antes de iniciar viagem, porque a temperatura correta é medida com os pneus frios. Além disso, permite-lhe verificar de imediato se existem problemas nos pneus, antes de se pôr em andamento.

Não se esqueça de verificar o estado e a pressão

A pressão de ar nos pneus influencia substancialmente o comportamento da moto. Uma pressão acima do recomendado pode levar a perdas de aderência, desgaste inconsistente e desconforto de condução. Uma pressão inferior ao recomendado contribui para um maior consumo de combustível, maior desgaste e aquecimento dos pneus, bem como um comportamento mais pesado e difícil da moto. Adquira um aparelho de mediação da pressão e traga-o sempre consigo na moto.

Mantenha-se atento à profundidade dos rastos através dos indicadores de desgaste presentes nos pneus. Substitua os pneus antes de atingirem os referidos indicadores, visto que esse é o limite, e porque os pneus ficam sempre mais suscetíveis a furos ou danos. Outra indicação: mude-os sempre que já estejam “quadrados”. Ou seja, quando o desgaste fez desaparecer a forma arredondada, o que tem implicações no comportamento da moto, especialmente em curva.

Os pneus traseiros são, em geral, os primeiros a necessitarem de substituição, com sinais evidentes: perdem o formato arredondado, com a zona central mais gasta. Os pneus frontais costumam gastar de forma mais uniforme, com eventuais sinais de “escamas”.

Para além do rasto, a idade de um pneu contribui também para riscos na segurança. Os componentes empregues nos pneus possuem um prazo de vida e degradam-se com o tempo, especialmente quando recebem sol direto. Assim, se o pneu já está colocado na moto há 5 anos e efetuou poucos quilómetros, especialmente se vai comprar uma moto usada, é conveniente verificar a data inscrita no próprio pneu e verificar se é necessária a sua substituição.

Tenha atenção aos primeiros quilómetros com pneus novos

Tal como um motor novo, os primeiros quilómetros efetuados com pneus acabados de colocar devem ser percorridos com moderação, para que a “goma” saia naturalmente, sem pôr em risco a condução. A recomendação geral aponta para que os primeiros 100 km sejam feitos com prudência, evitando-se travagens e acelerações repentinas ou mudanças bruscas de direção.

À medida que os pneus despem "a pele" da camada de componentes utilizados no seu fabrico causadora do efeito escorregadio inicial é que é aconselhável aumentar progressivamente a velocidade e os níveis de inclinação em curva.


O pneu furou ou rebentou? O ACP resolve.

A reparação é sempre uma solução de recurso, que deve ser utilizada apenas para chegar a casa ou a uma oficina. Se sofrer um furo, é preferível chamar uma assistência em viagem especializada que lhe garanta o máximo de segurança. Um furo numa moto pode revelar-se extremamente perigoso, porque os pneus são o único elemento que une a moto à estrada. Lembre-se que a saúde e a vida são os bens mais importantes. Se optar por reparar, faça-o sempre nos 50% de área central do pneu e nunca nas extremidades ou no perfil. É importante também que o pneu possua ainda rasto suficiente para poder receber de forma segura o “taco” de reparação.

Os sócios ACP com assistência em viagem beneficiam da Proteção de Avaria: se o pneu for reparável, o ACP paga a reparação e a mão de obra de instalação, até ao limite de 40€ (IVA incluído, isento de franquia). Caso contrário, o ACP assume o custo de substituição por um pneu semelhante, bem como a mão de obra de instalação, até ao limite de 200€ (IVA incluído), com uma franquia de 30€ (IVA incluído).

Conheça esta vantagem

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