Guia: cancro da mama

Fatores de risco, diagnóstico e tratamentos

De acordo com o Global Cancer Observatory, o cancro da mama é o mais prevalente em todo o mundo. Segundo a Liga Portuguesa Contra o Cancro, em Portugal são detetados, anualmente, cerca de 7 mil novos casos de cancro da mama.

Apesar de muito associado à mulher, também acontece no homem, ainda que em menor número. Graças aos avanços na medicina, ter cancro da mama não é sinónimo de sentença de morte. Conheça os fatores de risco, como é efetuado o diagnóstico e os tratamentos existentes. E porque o diagnóstico precoce é o seu melhor aliado, é recomendável ter um plano de saúde que permita obter os melhores cuidados de saúde em todo o país.

Cancro da mama: como ocorre?

O organismo é composto por células com funções específicas que, naturalmente, nascem, vivem e morrem. Contudo, há casos em que este ciclo de vida é quebrado e as células acabam por perder a capacidade de se diferenciarem e de controlarem a sua proliferação. O que leva à sua multiplicação exagerada. Ao focarem a sua energia no processo de multiplicação, as células deixam de desempenhar as suas funções, formando um tumor.

No caso do cancro da mama, este processo descontrolado de multiplicação celular ocorre nas células que formam a camada que reveste os canais ductais (nos quais flui o leite materno) e estamos perante um caso de pré-cancro ou de cancro não invasivo. Mas quando as células malignas ultrapassam as paredes dos ductos e se desenvolvem externamente, trata-se de um cancro invasivo.

Um cancro, diferentes subtipos

O cancro da mama não é todo igual, uma vez que existem diferentes subtipos, com a sua especificação. Dois destes subtipos têm a presença de receptores (proteínas). Subtipos de cancro da mama mais comuns:

  • Receptor hormonal positivo: neste subtipo de cancro da mama, os receptores são como “antenas” nas células, às quais se ligam as hormonas em circulação. Quando esta “ligação” se estabelece, a nível do ADN, a ativação de estímulos acelera para que o tumor cresça. Este é o subtipo de cancro da mama mais comum.
  • HER-2 +: tratam-se de receptores que informam as células da necessidade de se reproduzirem. Como consequência, o crescimento do tumor é estimulado. Este subtipo de cancro da mama cresce de forma muito rápida. Contudo, é o que a comunidade médica melhor conhece, pois foi descoberto como bloquear estes receptores.
  • Triplonegativo: este subtipo de cancro da mama é assim designado por não conter nem receptores hormonais nem receptor HER-2. É o mais grave, sendo mais frequente em mulheres jovens.

A prevalência

Prevê-se que uma em cada nove mulheres que viva até aos 80 anos desenvolve cancro da mama. E a probabilidade aumenta com a idade. Contudo, esta doença não é exclusiva do sexo feminino e também afeta homens. Estima-se que cerca de 1% de todos os casos de cancros da mama aconteça em homens.

Sintomas

Os sintomas do cancro da mama não são exclusivos desta patologia. Nalguns casos, podem ser confundidos com outras doenças, como quistos benignos. O melhor é prevenir-se e contactar o seu médico, com um ou mais dos seguintes sintomas:

  • Nódulo ou espessamento na mama ou na axila
  • Dor na mama
  • Alterações no formato ou tamanho da mama
  • Secreção ou sangue que escorre do mamilo
  • Vermelhidão ou inchaço na mama
  • Retração cutânea ou do próprio mamilo
  • Sensibilidade no mamilo
  • Pele da mama, mamilo ou aréola gretada ou descamativa 

Fatores de risco

São vários os fatores e nem todos têm a mesma importância. Alguns, relacionados com o estilo de vida, podem ser controlados. Os que se prendem com a genética devem ser seguidos atentamente por um médico — pode marcar uma consulta de genética médica para avaliar a probabilidade de vir a desenvolver cancro da mama.

FATORES DE RISCO NÃO CONTROLÁVEIS:

  • Mulheres: têm mais probabilidade de desenvolver cancro da mama do que os homens.
  • Idade: mais idade, maior o risco.
  • Hereditariedade: ainda que a influência hereditária no caso do cancro da mama seja reduzida (entre 5% e 10%), é um fator de risco.
  • Fatores hormonais: mulheres que tiveram a primeira menstruação antes dos 12 anos ou com menopausa tardia (após os 55 anos) têm maior suscetibilidade de ter cancro da mama.
  • Maternidade: mulheres que tiverem o primeiro filho depois dos 30 anos ou que não tiveram filhos têm um risco acrescido de cancro da mama.
  • Densidade mamária: é um fator de risco acrescido nos padrões densos. Além disso, uma grande densidade mamária pode interferir com o diagnóstico, porque pode ocultar um eventual cancro.

FATORES DE RISCO CONTROLÁVEIS:

  • Consumo excessivo de álcool
  • Excesso de peso
  • Toma da pílula
  • Tabagismo
  • Falta de atividade física

Como se diagnostica

Quanto mais cedo for diagnosticado o cancro da mama, maior a probabilidade de os tratamentos terem eficácia. Idealmente, este tipo de carcinoma deveria ser detetado através de exames de rotina, isto é, antes mesmo de serem palpáveis. Daí a recomendação internacional para a realização de uma mamografia de rotina anual ou de 2 em 2 anos a partir dos 50 anos (ou mais cedo, em caso de passado semelhante na família).

O diagnóstico de cancro da mama pode ser efetuado através de diferentes exames:

  • Exame clínico da mama: a palpação da mama é feita por um médico, que procura eventuais gânglios ou nódulos.
  • Mamografia de diagnóstico: através de raio-X.
  • Ecografia (ultrasonografia): pode ser feito em conjunto com a mamografia, como complemento imagiológico. A ecografia é feita através de ondas de som de alta-frequência, podendo mostrar se um nódulo é um quisto cheio de líquido ou uma massa sólida que pode ou não ser cancerígena.
  • Ressonância magnética (RM): também pode ser usada em conjunto com a mamografia. Através da RM são produzidas imagens mais detalhadas dos tecidos internos da mama.
  • Biópsia: é retirado um pouco de tecido ou líquido da mama, para que o médico possa perceber se se trata de um carcinoma.

Tratamentos existentes

Depois do diagnóstico de cancro da mama, o tratamento pode envolver várias abordagens terapêuticas. Os tratamentos mais utilizados no combate ao cancro da mama são a cirurgia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia, ou hormonoterapia. O tipo de terapêutica a usar ou a sua sequência depende de cada caso, uma vez que os carcinomas não são todos iguais, nem os fatores de risco ou a fase em que se encontra o cancro.

Ainda que se estime que, no país, 1800 mulheres morram por ano devido ao cancro da mama, importa referir que com um diagnóstico precoce e o devido tratamento, esta neoplasia é cada vez mais tratável.

Além da importância de uma equipa multidisciplinar, é também relevante ter um bom suporte emocional e mesmo económico. É por isso que o ACP criou um Seguro de Apoio no Cancro, para auxiliar nas despesas que esta doença acarreta.

Como prevenir?

É certo que não se pode controlar o aparecimento de um cancro da mama. Ainda que se possam diminuir alguns dos fatores de risco relacionados com o estilo de vida — 90 % dos casos de cancro da mama devem-se ao estilo de vida. Por isso:

  • Controle o peso
  • Reduza o consumo de bebidas alcoólicas
  • Pratique regularmente exercício físico
  • Evite fumar
  • Mulheres que tenham filhos devem, se possível, amamentar
  • Efetuar rastreios ao cancro da mama

Importa realçar que, por vezes, mesmo levando uma vida saudável, o carcinoma pode acabar por surgir.

Apoio permanente

O diagnóstico precoce de um cancro é essencial para que o tratamento seja bem sucedido. Os exames e consultas de rotina têm um papel preponderante. O ACP oferece, gratuitamente, um plano de saúde aos seus sócios, com acesso aos melhores cuidados de saúde em todo o país, incluindo consultas e exames a preços reduzidos em clínicas e hospitais privados.

Paralelamente, e tendo por base as estatísticas sobre os números de casos de carcinomas, o ACP criou o Seguro de Apoio no Cancro. Um seguro que proporciona o apoio em caso de doença oncológica, atuando em três momentos: apoio na prevenção, disponibilização de proteção financeira reforçada em caso de cancro e acompanhamento após diagnóstico.

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O conteúdo deste artigo tem caráter informativo e não dispensa a consulta do seu médico.
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