As paisagens são de perder de vista e os amarelos dos campos conjugados com o azul forte do céu alentejano dão uma cor única a esta viagem.
Imensidão é a palavra que se poderia escolher para resumir a próxima rota, que vai desde Évora até Mértola. As paisagens são de perder de vista, os amarelos dos campos fundem-se com os tons do sol e nem o azul forte do céu alentejano e de parte do seu casario consegue quebrar esta doce monotonia em que a expressão "parar no tempo" faz o seu curso a um ritmo voraz. Vastidão seria outra palavra acertada.
De Évora já tudo se disse, mas a cidade, patromónio mundial da Unesco desde 1986, é tão bonita que lá dentro cabe sempre mais um qualificativo, advérbio ou adjectivo. A imponência do Templo de Diana, a assertividade da Sé Catedral, o calafrio de uma capela decorada com ossos de cinco mil monges, tudo justifica uma visita relaxada.
Não perca o maior monumento megalítico da Península Ibérica, o Cromeleque dos Almendres, com 100 monólitos, dois mil anos mais antigos que Stonehenge. O ponto de paragem seguinte não baixa a guarda em termos de beleza.
Monsaraz é uma vila-museu que vive essencialmente do seu castelo, onde até uma praça de touros há muito tempo improvisada faz ali gala. Monsaraz é uma ilha elevada no meio de uma vasta paisagem dominada pelo maior lago artifical da Europa, o Alqueva.
Sendo este lago recente, pode-se dizer que Monsaraz viu-se obrigada a mudar o seu pano de fundo sem que com isso tenha saído beliscada nos seus argumentos turísticos, antes pelo contrário. Para onde a câmara fotográfica aponte, sai sempre um belo quadro.
Intramuros, não perca a antiga cisterna que, dizem, era uma antiga mesquita. Visite ainda a Capela de São João Batista, conhecida por Cuba devido à sua curiosa forma cúbica de influência mourisca. E descubra as Ermidas de São Bento, São Lázaro, Santa Catarina e São Sebastião, especiais e únicas.
Já o Alqueva não se fica como mero cenário de Monsaraz, já que são inúmeras as atividades ali disponíveis: caça e pesca, passeios pedestres, a cavalo, em balão de ar quente e até de barco. Claro que os desportos náuticos não podiam faltar.
Os barcos casa são uma grande atração da região. Se quiser dar uma volta larga pelo Alqueva, pode fazer o circuito das aldeias ribeirinhas: Capelins, Juromenha, Granja, Marmelar, Mina da Orada, Monte do Trigo, Pedrógão, Póvoa de S. Miguel e Telheiro.
Rumando a sul chegamos a Serpa, onde não deve perder o inusitado Museu do Relógio, onde além de poder ver o relógio usado por Neil Armstrong na 1ª viagem à Lua vai poder ver 1.900 relógios, de 1630 até aos dias de hoje.
Mas se a ideia destas férias é mesmo largar o relógio, então deve demorar-se pelas muralhas, pelo aqueduto do século XVII, pela igreja matriz e pelo Castelo de Serpa.
Neste momento do nosso roteiro entra em cena o Parque Natural do Vale do Guadiana, com os seus 70 mil hectares. Além da beleza natural, destaca-se o Pulo do Lobo, um acidente geográfico que remonta ao último glaciar e que deixa toda a gente boquiaberta. É a maior cascata do sul de Portugal, com 20 metros de altura, e com margens tão apertadas que o povo dizia que se passava de um pulo para o outro lado.
Para lá chegar, recomenda-se que vá pelo lado poente: faça um desvio na estrada que liga Beja a Mértola e siga até à aldeia da Amendoeira da Serra, seguindo as indicações até ao Pulo do Lobo. Chega então à Herdade de Pulo do Lobo. Abra a cancela e percorra cerca de 1 km em estrada de terra até ao destino.
Terminada esta experiência, chega a vez de Mértola, o destino mais apropriado para os amantes de história, natureza e tranquilidade. Visite a Igreja de N. S. da Assunção, uma mesquita que foi convertida em templo cristão no século XIII. Recomenda-se ainda o castelo, a mina de S. Domingos, o antigo porto de Pomarão, o Criptopórtico e a casa romana.
Distância: 220 km
Tempo de viagem: 3 a 4 dias
Estradas recomendadas: N18, N256, M514, N385, N260, N265