Como funciona a caixa negra nos automóveis

Objetivo: aumentar a segurança rodoviária

Com o intuito de reduzir o índice de sinistralidade rodoviária, a União Europeia tornou obrigatória a instalação de novos sistemas nos automóveis a partir de 2022. Além do limitador de velocidade, vai passar também a ser obrigatória uma caixa negra nos automóveis. Tal como o primeiro, também a caixa negra gerou polémica, sobretudo por causa dos dados que recolhe.

Caixa negra: o que é e para que serve?

A caixa negra que vai passar a equipar os automóveis é idêntica à que já existe nos aviões. Contudo, ao contrário destes, nos carros o sistema não tem a capacidade de gravar conversas que ocorram no habitáculo. A caixa negra dos automóveis vai ser uma espécie de tacógrafo, utilizado nos veículos pesados. O objetivo da caixa negra é permitir a reconstituição em caso de acidente rodoviário, facilitando o apuramento de responsabilidades.

Atualmente, recorre-se a serviços de peritagem para se perceber se o condutor circulava em excesso de velocidade antes do acidente. Com a caixa negra, este serviço deixa de ser necessário, uma vez que o veículo fornecerá essa informação. Além disso, é possível ficar-se a saber se os passageiros usavam todos cintos de segurança no momento do acidente — o que recorrendo ao serviço de peritagem é mais difícil de concluir. Outra mais-valia da caixa negra é que pode vir a permitir aos fabricantes de automóveis melhorarem os sistemas de segurança.

É obrigatória em todos os automóveis?

A obrigatoriedade da caixa negra nos automóveis só é aplicável a carros lançados a partir de julho de 2022.

Que dados vai recolher?

A caixa negra nos automóveis vai registar dados de telemetria, como:

  • A pressão no acelerador ou as rotações do motor
  • O ângulo de viragem e a velocidade angular em graus
  • A velocidade nos últimos 5 segundos
  • O recurso aos travões
  • A direção do Delta V (aceleração positiva ou negativa)
  • A ativação dos airbags e pré-tensores dos cintos
  • O uso dos cintos de segurança e as dimensões dos ocupantes
  • A variação da velocidade à qual o veículo foi submetido após o impacto
  • A aceleração longitudinal em metros por segundo ao quadrado

Contudo, e de modo a proteger os dados, a UE pretende que os mesmos sejam usados apenas em caso de acidente.

 

Segurança contínua

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