Com o passar dos anos, o organismo perde a capacidade de absorção de nutrientes. Como tal, os suplementos alimentares surgem como um complemento de reforço numa dieta saudável. No entanto, e frequentemente, a sua utilização dá-se sem aconselhamento médico ou farmacêutico.
O seu Plano ACP Saúde pode ser uma ajuda fundamental para garantir a segurança necessária, através de consultas a preços reduzidos e de descontos e entregas em farmácias parceiras ACP.
O que são suplementos alimentares?
De acordo com a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) , os suplementos alimentares são géneros alimentícios que se destinam a complementar e/ou suplementar uma dieta normal.
São fontes concentradas de nutrientes ou de elementos com efeitos nutricionais e/ou fisiológicos, na sua forma pura ou em combinação (multivitaminas, por exemplo), comercializados em embalagens e em doses.
Dividem-se em três grandes categorias:
- Vitaminas e minerais (vitamina A, vitamina D, cálcio…)
- Plantas e extratos botânicos (aloé vera, gingko biloba, panax ginseng…)
- Outras substâncias (inulina, lactobacillus acidophilus, taurina, coenzima Q10…)
Há ainda os chamados “produtos fronteira” que, apesar de terem propriedades farmacológicas, podem ser comercializados como suplementos alimentares e, deste modo, ficarem ao abrigo da legislação destes produtos.
Exemplos: glucosamina/condroitina, melatonina, valeriana, etc.)
Quem controla a qualidade e a segurança?
De acordo com a legislação, o fabricante ou o responsável pela colocação do suplemento alimentar no mercado deve notificar a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) enviando-lhe o rótulo do produto em questão.
De um modo geral, no rótulo terá de constar:
- Nutrientes ou categorias de substâncias
- Dose diária recomendada (DDR)
- Advertência sobre a necessidade de não exceder a DDR
- Indicação de que os suplementos não substituem uma dieta saudável
- E que os produtos devem ser guardados longe das crianças
A fiscalização cabe ao Laboratório de Segurança Alimentar, sob a alçada da ASAE.
Qualquer efeito secundário resultante de, por exemplo, uma interação com medicamentos, deve ser notificada à DGAV, para que sejam tomadas as devidas medidas.
Qual a forma mais segura de adquirir suplementos alimentares?
A DGAV tem registo de mais de 20 mil notificações do universo potencial de suplementos alimentares. A Associação Portuguesa de Suplementos Alimentares refere 2.500 a 3.000 referências no mercado, com cerca de 800 fabricantes e distribuidores.
Por outro lado, os pontos de venda dos suplementos incluem farmácias, parafarmácias, supermercados, sem esquecer as ervanárias, televendas e o gigantesco mercado chamado internet.
Em todos estes pontos de venda, a garantia de segurança é a mesma: confiança no fabricante ou distribuidor. No entanto, o Observatório de Interações Planta-Medicamento da Universidade de Coimbra (OIPM), refere que a farmácia é, provavelmente, o local mais seguro para adquirir suplementos alimentares.
As razões prendem-se com os benefícios da interação entre utente e farmacêutico habitual bem como o sistema informático das farmácias, que dispara um alerta caso o utente esteja a fazer medicação e queira comprar um suplemento alimentar.
Por isso, se comprar suplementos alimentares, dirija-se à sua farmácia parceira ACP e junte o útil ao agradável: a segurança do seu farmacêutico e descontos para sócios ACP.
Interação com medicamentos
Uma das principais questões na utilização de suplementos alimentares diz respeito à possível interação com medicamentos. Nesse sentido, o OIPM apresenta uma lista de plantas e substâncias medicamentosas com as quais há registo de interação.
Conheça alguns exemplos de como alguns produtos “naturais” e presentes em suplementos alimentares podem colocar em risco a saúde pela interação com certos medicamentos:
1. Aloé Vera
- Anticoagulantes orais, antiagregantes plaquetários e anestésicos gerais: aumenta o risco de hemorragias;
- Medicamentos oncológicos: pode aumentar a toxicidade destes fármacos ou diminuir a sua eficácia;
- Laxantes: pode acelerar a desidratação e desequilíbrio eletrolítico;
- Antidiabéticos orais e insulina: pode conduzir a episódios de hipoglicémia.
2. Ginseng asiático
- Insulinas e antidiabético orais: pode diminuir os níveis de glicose;
- Pílulas contracetivas: provocar dor nas mamas e sangramento menstrual excessivo;
- Antidislipidémicos (colesterol alto): pode provocar dores musculares e destruição muscular;
- Anti-hipertensores: Aumenta a pressão arterial;
- Outros medicamentos: pode inibir as enzimas que metabolizam os fármacos aumentando-lhes a toxicidade. Pode ainda potenciar o desenvolvimento de alguns tipos de cancro.
3. Gingko Biloba
- Antiagregantes plaquetares: aumenta o risco de hemorragias;
- Paracetamol: diminui o efeito;
- Ibuprofeno: aumenta o risco de hemorragias;
- Antipsicóticos e antidepressivos: potencia os efeitos adversos destes fármacos;
- Outros efeitos: pode diminuir a pressão arterial, provocando sonolência, visão turva, desorientação, enjoos e desmaios.
4. Camomila
- Ansiolíticos: pode potenciar os efeitos destes fármacos;
- Anticoagulantes orais e antiagregantes plaquetários: pode provocar hemorragias e nódoas negras;
- Outros efeitos: pode ainda aumentar a concentração plasmática, assim como aumentar os efeitos adversos e toxicidade de alguns fármacos.
5. Cardo-mariano
- Antidepressivos: pode aumentar a concentração destes fármacos;
- Analgésicos e anti-inflamatórios: pode aumentar a toxicidade e o risco de hemorragias e nódoas negras
- Anticoagulantes orais: aumenta os efeitos destes medicamentos e o risco de hemorragias
- Antidislipidémicos: pode provocar dores musculares e destruição muscular
- Anti-hipertensores: pode diminuir o efeito do medicamento Losartan
6. Mangostão
Várias interações: pode diminuir a atividade das enzimas que metabolizam alguns fármacos, entre os quais a varfarina (anticoagulante), fenitoína (anti-epilético) e paclitaxel (antitumural)
7. Sementes de linhaça
Várias interações: usada para regular o trânsito intestinal, a linhaça tem doses elevadas de fibra, podendo diminuir a dose absorvida de medicamentos ou aumentar os efeitos secundários de fármacos como os antidepressivos ou os analgésicos.
Consulte sempre o seu médico antes de tomar suplementos
Uma vez que a suplementação alimentar pode trazer riscos, não confie na sua intuição ou nos testemunhos de familiares ou amigos. O que resultou para eles pode não ser o mais indicado para si, além de que pode trazer riscos para a sua saúde. Não improvise. Faça uso do seu Plano de Saúde Gratuito ACP e marque uma consulta com o seu médico.
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