Apresentado em 1967, na véspera do GP de Fórmula 1 de Itália (circuito de Monza), o Alfa Romeo 33 Stradale é considerado um dos desportivos mais raros que a marca italiana construiu até hoje.
O génio criativo de Franco Scaglione deu-lhe a beleza das linhas que aliada à tecnologia derivada do Tipo 33, fez do Alfa Romeo 33 Stradale um dos bólides mais representativos na história do construtor e que agora comemora os seus 50 anos. Para assinalar a data o Museu Histórico da marca dedica-lhe uma exposição.
Nascido numa família de desportivos feitos para vencer, o 33 Stradale (com motor V8 de 2 litros e 230 cv de potência) de que apenas se fabricaram 18 exemplares sempre soube merecer um dos símbolos que o distingue: o “Quadrifoglio”, trevo de quatro folhas que ostenta na carroçaria utilizado pela primeira vez num RL TF, de 1923. A partir da década de 60, este amuleto da sorte viria a marcar os modelos Alfa Romeo com maior desempenho em termos de performance, como o caso do Giulia Q.
Nesta exposição denominada “La bellezza necessaria”, onde se recorda a história do 33 Stradale e do projeto 33, os carros de de competição que deram uma longa história de sucessos à marca, integra mais cinco dos seis protótipos derivados do chassis do 33 realizados por grandes mestres do design de automóveis, como Carabo, Iguana, 33/2 Speciale, Cuneo e Navajo, e com os bólides de competição 33/2 Daytona, 33/3, 33 TT12 e 33 SC12 turbo.
Com esta exposição inaugura-se um programa de eventos com que o Museu, a Alfa Romeo e a FCA Heritage vão dedicar aos 50 anos do emblemático modelo, sublinhando a ligação entre a história, inesgotável fonte de inspiração para a criação dos novos modelos, e o futuro, num equilíbrio entre inovar e, ao mesmo tempo, manter vivo o ADN da imagem única, inconfundível, dos modelos Alfa Romeo.
O aristocrata que criou automóveis históricos
Nascido numa família nobre de Florença, Franco Scaglione (1916-1993) era um engenheiro aeronáutico com a paixão por desenhar carros. Depois de uma breve passagem pelo mundo da moda onde se revelou um designer de sucesso, Scaglione gostava era mesmo de colocar o seu talento ao serviço da industria automóvel, o que veio a acontecer no início da década de 50 quando se cruzou com Nuccio Bertone.
Desse encontro nasceria uma colaboração que os levaria a criar automóveis inesquecíveis como os Alfa Romeo BAT, o Giulietta Sprint ou o Giulietta SS para em 1967 desenhar o Alfa Romeo 33 Stradale considerado pela maioria dos fãs de automóveis como um dos mais belos carros alguma vez concebidos.
Franco Scaglione também chegou a desenhar vários modelos da marca Intermeccanica, propriedade de Frank Reisner, mas a transferência da fábrica para o Canadá provocou em Scaglione uma profunda desilusão, retirando-se da vida ativa.
No início da década de 80, o engenheiro aeronáutico muda-se para a província de Livorno onde passa a viver isolado de todos. Em 1991 foi-lhe diagnosticada uma doença fatal que o levaria à morte dois anos depois.