Filho de piloto, Miguel Oliveira tem as corridas e o sucesso no sangue desde tenra idade. Com apenas dez anos, em 2005, sagrou-se Campeão de Portugal de MiniGP e desde então não mais parou e sempre soube muito bem quem era.
Foi por essa altura que a Sport TV lhe perguntou se achava que era, ou podia vir a ser, o Rossi português e a resposta foi clara: “Não, sou sempre o Miguel Oliveira!” Tão clara como ainda hoje o continua a ser.
Humilde, trabalhador, perseverante, tranquilo, atencioso, divertido e com muita presença de espírito. Miguel Oliveira, piloto ACP há 14 anos, nunca se conheceu de outra forma e foi esta mesma receita que o levou ao MotoGP. Pelo caminho ficaram o segundo lugar absoluto no muito prestigiado Campeonato de Espanha de Velocidade, e também no Europeu, em 2010, mesmo antes da estreia no ainda Mundial de 125cc na altura. Seguiu-se a Moto3 e os primeiros dois pódios, uma caminhada que o levaria também ao segundo posto da geral em 2015, com a KTM.
A subida à categoria intermédia, a Moto2, surgiu no ano seguinte, com a Kalex, e em 2017 regressou à KTM, com quem acabou por assinar mais um vice-Campeonato. Os bons resultados conseguidos com a marca austríaca levaram à tão esperada subida à categoria rainha em 2019. Um ano de adaptação, mas com claro crescimento e várias prestações a reclamarem a atenção de todo o mundo.
Este ano, totalmente atípico com a pandemia de Covid-19 a obrigar a um calendário absolutamente fora do habitual, Miguel Oliveira tornou-se ainda maior. Pelo meio, ficou ainda a melhor qualificação da carreira com o quinto posto da grelha no GP da Andaluzia, precisamente no dia em que era suposto casar-se. Nesse fim-de-semana a sorte não esteve do seu lado, com um toque na primeira curva a deitar por terra o que podia também ter sido um grande resultado.
Mas estava escrito que a vitória chegaria e chegou no domingo passado, no que acabou por ser um dia ainda maior, não tivesse sido o seu 150 Grande Prémio e o 900º GP da categoria rainha. Um dia perfeito para uma corrida perfeita e um resultado que deu que falar um pouco por todo o mundo.
Alguns dados estatísticos de MotoGP
Vitórias: 13 (MotoGP: 1; Moto2: 6; Moto3: 6)
Pódios: 35 (MotoGP: 1; Moto2: 21; Moto3: 13)
Pole positions: 4 (Moto2: 2; Moto3: 2)
Voltas mais rápidas: 10 (Moto2: 4; Moto3: 6)