Por ainda estarmos no mês em que se celebraram os 30 anos da queda do Muro de Berlim (9 de novembro), é tempo para recordarmos algumas das mais emblemáticas marcas produzidas na antiga República Democrática Alemã, cujos modelos ainda hoje satisfazem a curiosidade e o interesse de muitos colecionadores. Por serem carros ligados à imagem de Berlim desses tempos, têm uma autorização especial (em termos de emissões) para circular nas ruas da cidade como atração turística.
Trabant, Barkas B1000 e AWZ foram fabricantes de automóveis que existiram durante o período em que a Alemanha esteve dividida em duas, mas confinadas pelo célebre muro construído a 13 de agosto de 1961 e que duraria até 9 de novembro de 1989.
Sediada na cidade de Zwickau durante o período em que o leste da Alemanha estava sob o controlo da Rússia, depois da II Guerra Mundial, a Trabant - nome que significa “Satélite” - foi fundada em 1957, quando os russos lançaram o Sputnik em órbita, o primeiro satélite artificial lançado ao espaço.
O modelo 601 da Trabant era um citadino montado sobre uma plataforma metálica, contava com um pequeno motor de dois tempos e 2 cilindros debaixo de uma carroçaria feita em duroplast, um plástico obtido a partir de fibras de algodão. Apesar do seu baixo custo, nem todos podiam adquiri-lo e os que podiam comprá-lo tinham de se inscrever numa lista de espera e aguardar quase dez anos pelo carro.
A fábrica fechou definitivamente as suas portas em 2013, mas o Trabant permanece graças aos mais nostálgicos com as agências de viagens a organizarem passeios turísticos por Berlim a bordo destes carros.
Desenvolvida a partir do design da furgoneta DKW e com um motor de 3 cilindros de dois tempos, a Barkas B1000 era um dos melhores automóveis que se podiam adquirir na antiga RDA. Chegou a ser exportado por uma empresa belga que instalou nesses modelos um motor Ford 1.8 diesel para o tornar mais competitivo.
A AWZ foi outra das marcas nascida das ruínas da DKW e da Auto Unión, cujos modelos se assemelhavam bastante com os antigos DKW. O modelo P70 Coupé chegou a inspirar os designers japoneses na construção do Nissan Figaro, embora tenha sido fabricado com várias carroçarias, sendo a mais popular o sedan de três volumes e também uma espécie de versão SW com linhas que recordavam a Volkswagen “pão de forma”.