Este ano, o Rétromobile de Paris vai ser muito especial porque se comemoram datas importantes tanto de fabricantes como de modelos. Só da casa, são três as marcas com direito a celebrações: a Renault que este ano cumpre 120 anos de existência, a Citroen que assinala os 70 anos do 2CV e os 50 do Mehari e a Peugeot que leva ao salão nada menos que cinco modelos históricos – o Type 5 e o 504 (ambos a celebrarem 50 anos), o 203 que faz 70 anos e o próprio museu da marca do leão que vai festejar as suas primeiras três décadas de vida apresentando no evento o Peugeot 203, o 404 Cabriolet, o 205 GTi e o concept Peugeot Exalt.
Da Alemanha e do Japão também se esperam comemorações especiais com a Porsche e a Honda a festejarem os seus 70 anos de existência. Serão cinco dias de festa (7-11 de fevereiro) em que se esperam cerca de 120.000 visitantes neste que é considerado um dos mais importantes eventos dedicados ao mundo dos clássicos.
Sempre recheado com automóveis de exceção que nos fazem sonhar a todos, um dos objetivos do Salão Rétromobile também é proporcionar à esmagadora maioria dos visitantes a oportunidade de poderem adquirir um clássico a preços mais acessíveis, entre os 5.000 e os 25.000 euros.
Mas uma ida ao Rétromobile é também a oportunidade de contactar com prestigiados artesãos e os melhores carroçadores, cromadores ou outros especialistas na manutenção dos clássicos. Existe ainda uma área dedicada aos automóveis de competição, um importante leilão que reúne compradores de todo o mundo e uma imensa galeria de artistas internacionais ligados aos automóveis de coleção. Na zona ao ar livre, os visitantes poderão ainda observar e sentir todo o tipo de veículos em movimento.
Celebrar é a palavra de ordem
Além de honrar dois dos seus mais icónicos modelos: o 2CV, apresentado em 1948, e o Mehari, lançado em 1968, a Citroen vai protagonizar um acontecimento raro ao expor o antecessor do 2CV, um protótipo do projeto TPV (Toute Petite Voiture) de 1939.
A marca do "chevron" aproveita ainda o Salão Rétromobile para chamar a atenção dos muitos clubes de colecionadores da marca para os preparativos do seu centenário a comemorar ao longo de 2019. Para o efeito, vai desvendar no evento o logótipo dedicado a esta operação, capitalizando sobre a marca “Origins”, criada em 2016 como símbolo do Museu Virtual Citroen Origins, espaço que reúne todas as atividades relacionadas com a história da marca. Numa clara ligação à história, o logótipo incorpora os dois “chevrons” no interior sde uma oval, como era na altura do seu nascimento em 1919.
No caso da Renault, a festa faz-se a dobrar com a marca francesa a celebrar o seu 120º aniversário e o 40º aniversário da vitória da Alpine-Renault nas 24 Horas de LeMans. Também vai exibir um exemplar do Type A de 1899 que o próprio Louis Renault ofereceu ao Museu de Compiègne em 1929.
No espaço da marca de luxo DS, os visitantes vão poder observar uma excelente amostra dos seus modelos que estiveram ao serviço do Palácio do Eliseu, incluindo o famoso DS21 que transportava o General de Gaulle.
No campo das curiosidades vai estar exposto um modelo único no mundo a que o seu criador deu o nome de L’Oiseau Bleu. Foi concebido pelo empresário britânico Roger Baillon, que em 2015 deu que falar ao vender em leilão 59 clássicos encontrados no final do ano anterior numa quinta em França depois de terem estado 50 anos abandonados. Nesse famoso leque de carros incluia-se um Ferrari 250 GT Spider que pertenceu ao ator Alain Delon.
Alguns dos construtores vão aproveitar este importante evento de clássicos para promover os seus departamentos de restauro, como o caso do grupo Jaguar Land Rover, Aston Martin, Lamborghini ou Grupo Fiat.
As áreas dedicadas à competição, vão integrar uma exposição sobre a Abarth e o seu fundador, o austríaco Karl Abarth. Neste espaço será possível ver dezenas de modelos que contam a aventura da mítica marca italiana iniciada em 1949 através da associação de Carlo Abarth e Armando Scaglarini sob a entidade Abarth & C.
Também não foi esquecida uma homenagem ao campeão francês Jean-Pierre Wimille, considerado um dos mais talentosos pilotos da sua geração. Entre o seu palmarés contam-se duas vitórias nas 24 Horas de LeMans, em 1937 e 1939, ao volante de um Bugatti. Wimille veio a morrer ainda em plena glória ao participar no Grande Prémio da Argentina com um Simca Gordini, em 1949.
Outro momento muito aguardado vai ser um importante leilão que reúne compradores de todo o mundo para adquirirem raridades de quatro e duas rodas que vão ser postas à venda, como um Bentley 41 / 4L Coupé (1938), Bugatti Type 57 Cabriolet (1938), Horch 853 Sport Cabriolet (1937), Rolls-Royce Wraith (1939) ou um Delahaye 135 M Coach (1950).
Recomenda-se ainda uma visita pela galeria dos artistas, um espaço com mais de 1.000 m2 ocupado por cerca de 50 artistas, entre pintores, escultores e fotógrafos que ali exibem suas obras ligadas aos automóveis de coleção.