Perante os desafios globais no âmbito da transição energética, o ACP defende uma mobilidade acessível para todos, tendo em conta que a livre circulação é um dos direitos fundamentais da constituição da União Europeia. Nesse sentido, devem ser adotadas políticas que promovam uma transição sustentável e acessível a todos os cidadãos da UE. O Manifesto do ACP assenta ainda na necessidade de explorar alternativas para descarbonizar a frota atual e diminuir a idade média dos veículos (em Portugal é de 13,6 anos e na UE é de 12,3 anos). Garantir o bom funcionamento do mercado automóvel, fornecendo opções para modelos de veículos mais pequenos e mais acessíveis e estabelecer garantias suficientes para um mercado de veículos usados próspero (veículos elétricos com passaporte para a saúde da bateria) são outros aspetos a ter em conta nesta proposta de estratégia.
Pese embora a necessidade de descarbonizar para uma mobilidade sustentável, existem desafios muito diferentes em toda a UE e não existe uma solução única para alcançar as metas coletivas. Mas é ponto assente que o uso de melhor tecnologia pode tornar os modos de transporte sustentáveis mais atrativos. A adoção de políticas que assegurem a acessibilidade durante a descarbonização também é uma necessidade, por forma a oferecer alternativas para convencer os consumidores e compensar os cidadãos mais afetados.
No que à mobilidade digital diz respeito, o Manifesto do ACP alerta para a importância da criação de uma frota totalmente conectada (aumento da conveniência e melhores serviços), mas também faz notar que a falta de legislação específica para o setor não garante a concorrência e faz com que o pós-venda e os consumidores incorram em custos adicionais de 95 mil milhões de euros até 2050. Este potencial da economia europeia deve ser aproveitado para fazer face à forte concorrência global. A garantia de acesso justo e igualitário aos dados é fundamental para que os consumidores beneficiem de serviços digitais novos e melhores, como melhor reparação e manutenção.
Já a implementação de uma mobilidade mais segura para todos deve ter em conta uma melhor aplicação da lei, a formação de condutores e a realização de campanhas de segurança rodoviária. A configuração correta de estradas e áreas envolventes e a introdução da abordagem sistema seguro para auxiliar as pessoas na redução das possibilidades de erro também são outros aspetos fundamentais quando se fala em segurança. Uma área para a qual a União Europeia definiu metas ambiciosas para a “Visão Zero”, com vista a atingir as zero mortes na estrada. Mas para isso é necessário obter um nível de excelência quanto a veículos, infraestruturas e condutores.
Versão integral do manifesto