A proposta de atualização de preços das portagens nas autoestradas é uma brutalidade para o orçamento das famílias e das empresas.
A proposta dos concessionários está em linha, como vem sendo prática, com o valor da inflação. Portugal regista valores recorde da inflação dos últimos 30 anos e, caso se confirmem as projeções, o aumento das portagens rondará os 10% a partir de 1 de janeiro.
A isto há que juntar todos os aumentos que tem vindo a fustigar paulatinamente os automobilistas e os contribuintes em geral: combustíveis, eletricidade, gás, alimentos, prestação da casa e tantos outros bens essenciais.
Existe ainda uma outra consequência se o preço das portagens disparar: a sinistralidade rodoviária. Ao empurrar massivamente as viaturas ligeiras e de pesados para as estradas nacionais, muitas delas sem condições para receberem tráfego intenso, é expectável a insegurança rodoviária e o aumento do número de acidentes e vítimas.
De que está à espera o Governo para atuar em favor das famílias e das empresas? Porque permanece em silêncio face à instabilidade que este novo aumento representa para a economia nacional?
Lisboa, 18 de novembro de 2022.