Vasco Callixto morre aos 96 anos

| Revista ACP

O jornalista e escritor Vasco Callixto, manteve uma forte ligação ao clube através da colaboração de artigos para a Revista ACP.

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Vasco Callixto morreu na segunda-feira, dia 27 de dezembro aos 96 anos. Jornalista e escritor, destacou-se, sobretudo, em áreas como as viagens e o automobilismo, mantendo durante décadas uma forte ligação ao clube, através da Revista ACP.

Nascido a 12 de janeiro de 1925, começou a colaborar com a imprensa portuguesa na década de 1940, nomeadamente na revista Turismo ou nos jornais Diário de Notícias e O Século. Dirigiu ainda a revista Rodoviária, entre os anos 1970 e 1990, sendo considerado hoje um dos pioneiros do jornalismo de viagens.

Oriundo de uma família com raízes alentejanas, Vasco Callixto herdou o prazer das histórias e das viagens do avô, Carlos Callixto, membro fundador do ACP e primeiro jornalista desportivo português, deputado na Primeira República e que esteve envolvido na organização das primeiras provas desportivas de automobilismo.

Vasco Callixto deu a volta ao mundo, foi o primeiro português a alcançar o Cabo Norte (Noruega) de automóvel e visitou mais de 70 países. Esse prazer de escrever sobre automobilismo e sobre viagens ficou registado em cerca de 50 livros, publicados a partir dos anos 1960.

Destaque para os dois volumes de "Fala a Velha Guarda" (1962-1963), que recupera entrevistas a antigos automobilistas portugueses, e as obras "Viagem até às portas da Ásia" (1969), "Viagem à Índia" (1985) e "Uma volta ao mundo em português" (1996).

Escreveu ainda sobre aviação, sobre a família e a ligação a Serpa, e este ano publicou, em edição de autor, um livro sobre os 500 anos da primeira viagem de circum-navegação, intitulado "Escritos sobre a viagem Magalhães-Elcano".

Em 2020, foi condecorado pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com o grau de comendador da Ordem de Mérito.

Forte ligação ao clube

Neto de Carlos Callixto, um dos fundadores do ACP, Vasco Callixto (sócio nº 2.017) também manteve desde sempre grande afinidade com o clube. Não só através da caloboração de artigos de viagens e histórias dos vários presidentes do ACP, como por diversas vezes apresentou os seus livros nas instalações da sede do clube.

Alguns dos mais importantes eventos organizados pelo ACP contaram com a sua presença, como no caso da exposição evocativa das 100 edições do Mapa das Estradas ACP realizada em 2019. Na ocasião, Vasco Callixto lembrou que "o mapa foi sempre a maior referência para planear as muitas viagens que fiz, levo sempre o mapa para todo o lado".

Vasco Callixto também foi um dos sócios a doar os mais diversos objetos ao ACP, como documentos antigos ou placas comemorativas de diversas provas. Uma das suas mais recentes ofertas aconteceu em 2020 e foi um antigo tinteiro de prata em forma de automóvel do início do século XX. "Este tinteiro acaba por estar ligado ao meu pai e ao meu avô que foram íntimos do ACP, mas agora entendi que o ACP seria o lugar certo para o entregar", afirmou no momento da doação.

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