Porquê Vila do Bispo?
Entre os vários vislumbres veranis do Algarve, Vila do Bispo destaca-se de uma forma singular: é o único concelho com duas frentes marinhas, ambas separadas pelo Cabo de São Vicente, o ponto mais a sudoeste do continente europeu. Na costa Ocidental, as praias atlânticas, divididas na perfeição por falésias negras, pintam uma imagem paradisíaca com as suas cores e cheiros. Mais ao lado, já na costa Sul, as arribas são recortadas detalhadamente e vivem sob uma evidente influência mediterrânica.
E é esta proximidade com o mar — Vila do Bispo está integrado no Parque Nacional do Sudoeste Alentejano e na Costa Vicentina — que não só ajuda na preservação do vasto património natural, como proporciona uma estadia inesquecível, calma e apropriada para descansar o corpo e desligar o cérebro das preocupações da rotina. Devido à sua localização geográficas privilegiada, as praias, de água fresca e salgada, são imensas e todas elas têm propriedade curativas para a alma de quem lá pousa o pé.
A magia de Vila do Bispo dura o ano inteiro, pois este não é somente um concelho de estância balneares, é também um espaço cultural bastante rico: de museus e monumentos, ermidas e igrejas, fortes e fortalezas. A Ermida da Nossa Senhora de Guadalupe, construída no século XIII, e a Igreja Matriz, fundada três séculos mais tarde, são pontos imperdíveis da região e curadoras de grandes coleções de arte sacra. Já a Fortaleza de Sagres e as ruínas do Forte de São Luís Almádena constituem um legado militar de outros tempos, mas cujas histórias se mantêm intactas. Nesta terra, há sempre algo para fazer. Saiba porquê.
Azul, amarelo e verde: as cores da Vila do Bispo
Uma das praias que contornam o Cabo de São Vincente
Uma população com um pé no mar e outro na terra
O famoso Porto de Pesca da Baleeira
Conhecer a história
A primeira presença humana em Vila do Bispo começou na Pré-História, quando vários terrenos baldios serviam de casa para os povos nómadas que lá pernoitavam. Mais tarde, durante o Império Romano, e já com pequenas comunidades estabelecidas, era essencialmente um local de culto a Hércules e Saturno. Foi aquando da reconquista cristã, empreendida por D. Afonso III, no século XI, que esta pequena província fora integrada no território nacional.
O século XIV trouxe, por sua vez, notoriedade à terra. As primeiras referências escritas apareceram pela mão de D. Afonso IV, numa carta de foro, datada de 27 de março de 1329, e depois noutra em 1352. Nestes documentos — que englobavam também outras localidades já existentes na altura, como Budens, Raposeira e Figueira — a região era referida como a terra da Aldeia de Santa Maria do Cabo, tendo sido posteriormente doada pelo rei D. Manuel I ao Bispo de Silves. O nome que conhecemos atualmente foi-se formando consoante o avanço dos tempos: sob domínio bispal, era apelidada de "Aldeia do Bispo"; mais tarde, e com a sua elevação a vila, já em pleno século XVII, chegou-se a Vila do Bispo.
A localização junto ao mar fez com que Vila do Bispo não só tivesse um papel crucial na época da expansão marítima, como na defesa da costa portuguesa durante a ocupação espanhola. Os planos de expedições eram frequentemente desenhados devido à larga costa com portas abertas para o Oceano Atlântico. No entanto, muitos ficavam por terra. Em setembro de 1460, o Infante D. Henriques escreveu, numa das suas cartas, sobre uma "povoação a légua e meia" no Cabo de Sagres, com poucos recursos para abastecer os navios que aguardavam por condições favoráveis para dobrar o Cabo de S. Vincente. O ilustre navegador acabou por morrer em Sagres, a novembro de 1460.
O rei D. Carlos era um ávido visitante desta região. Durante as suas famosas campanhas oceanográficas — e fora propósitos bélicos - passava grandes temporadas a estudar o mar e a fauna marítima.
Em busca dos sabores
De dois lados, o mar; de um lado, a terra. A cozinha de Vila do Bispo reflete esta dupla influência, que se nota na apresentação dos seus pratos mais tradicionais: xarém com sardinhas, cozido de couves, papas moiras, entre muitos outros. Como já era de esperar, o peixe reina nesta região e fá-lo de forma a manter intocável o elo que tem com as pessoas desta terra: os ensinamentos milenares passam de geração em geração, vendo-se essencialmente na forma como os perceves e os búzios são arrancados das rochas, e como as lagostas são trazidas todas as manhãs pelos barcos piscatórios.
Aliás, Vila do Bispo orgulha-se de ser reconhecida como a "Capital do Perceve", marisco este que apenas se encontra em determinados pontos da costa Atlântica. O seu sabor ímpar atrai turistas dos quatro cantos do mundo, que se reúnem no famoso Festival do Perceve, que decorre todos os anos entre o final de agosto e o início de setembro.
Contudo, as carnes são também um convite gastronómico imperdível. Na época da caça, que normalmente acontece entre outubro e dezembro, é comum confecionar-se pratos quentes para combater o tempo mais frio. Desta forma, as carnes de javalis, perdizes, codornizes, lebres e de coelhos são as mais desejáveis nos restaurantes locais.
Já os doces baseiam-se em amêndoas e figos, ambos utilizados em abundância. A massa de pão com açúcar não é esquecida e normalmente é acompanhada por torresmos. Há também os famosos pastéis de batata-doce, que, ao contrário do que se faz em muitas regiões do país, são cozinhados sem as gemas, apresentando uma figura branca e homogénea.
As praias de Vila do Bispo: casa de pescadores, surfistas e mergulhadores
A costa que se estende pelo Cabo de São Vicente é recortada por mais de 20 praias. Algumas estão escondidas no fundo de arribas, outras expandem-se orgulhosamente até ao mar. Todas são diferentes. Todas pedem para ser descobertas.
Nelas, a prática da pesca faz-se com gosto, tradição e muita dedicação. Cada rocha, cada enseada, cada areal funciona como uma porta aberta que convida os pescadores a aventurarem-se diariamente na busca pelo peixe mais fresco. Os surfista, à sua maneira, desafiam igualmente estas águas e têm uma preferência pela costa norte devido à total liberdade do oceano.
A observação marítima tem na Ponta de Sagres e no Cabo de São Vincente um local privilegiado para apreciar a panóplia de cores da vida marítima, assim como as deslumbrantes grutas e furnas escavadas nas falésias. Em Budens, uma pequena freguesia de Vila do Bispo, o terrestre e o marítimo parecem indissociáveis e dão-se a conhecer através de paisagens únicas com vistas horizontais para o mar.
Praia do Castelejo
Praia da Salema
Praia da Murração
O tesouro arqueológico
A mais extensa e significativa jazida paleolítica da Península Ibérica situa-se precisamente aqui, no concelho de Vila do Bispo. Há várias décadas que este é um sítio de grande investigação arqueológica a nível nacional e internacional. Os trabalhos realizados deram a conhecer uma área de dispersão de vestígios superiores a 10.000m2, com uma sequência estratigráfica que comprova a presença humana há mais de 34 000 anos.
No entanto, apesar de a existência de veios de sílex comprovarem a relevância desta terra na altura dos primeiros povoamentos humanos, o testemunho mais interessante do passado é sem dúvida os inúmeros menires. Talhados em calcário branco, geralmente de forma cónica, tinham o papel de invocar antigos cultos ligados à fertilidade e aos antepassados. O menir do Padrão, da Raposeira e o trilho megalítico do Monte dos Amantes passam o exemplo e são considerados os mais antigos da Europa.
A civilização romana também legou vestígios da sua presença. Entre o século I e meados do século V, os Romanos desenvolveram na praia da Boca do Rio um importante estabelecimento industrial especializado na produção de conservas e de outros preparados piscícolas. Esta construção era de uma magnitude significativa ao ponto de ainda serem encontrados sinais das suas estruturas. Como prova, em 2018 – no âmbito de um projeto realizado pela Universidade do Algarve e de Marburg, na Alemanha – foram descobertas relíquias inéditas deste tempo, como fornos de grandes dimensões e partes do antigo porto Romano. Hoje, o complexo da Boca do Rio é o segundo maior identificado em todo o território nacional do antigo Império Romano, seguindo-se apenas ao de Troia.
Onde ficar
Perto do mar e longe das preocupações da cidade: uma estadia em Vila do Bispo merece ser benzida pelo sol, banhada por água e rodeada de paisagens verdes. Felizmente, a oferta é extensa. Muitos são os hotéis com piscinas, atividades ao ar livre e momentos de tranquilidade.
A Pousada de Sagres do Grupo Pestana apresenta um aspeto cosmopolita, dinâmico e, acima de tudo, muito veranil. Localizada mesmo à saída da Vila de Sagres, aqui encontra uma vista para o mar em todas as direções – e uma ligação especial ao famoso promontório da vila, no exato momento onde a terra termina e o mar começa. Há ainda a possibilidade de descobrir uma riqueza natural única, quer seja a pé ou de bicicleta, devido à posição privilegiada deste hotel. Com o cartão ACP, tem um desconto até 15% nas suas reservas, assim como no Restaurante, onde pode encontrar uma cozinha regional e de sabores irresistíveis.
Neste sentido, o Martinhal Family Hotels & Resorts tem um propósito semelhante e é o ideal para férias cheias de requinte, conforto e sossego. O conceito nasceu em 2010 e desde então que estes hotéis têm crescido em quantidade e qualidade. Atualmente, a essência da marca Matinal combina, com sucesso, elementos de luxo, design e genuína hospitalidade. Pense numa estadia moderna onde nada lhe faltará: atividades ao ar livre, piscinas refrescantes, serviços completos e uma equipa sempre pronta em ajudá-lo. Para melhorar? O desconto ACP de 10% no momento da reserva.
Por fim, se quiser apostar no descanso, mas desta vez num sítio mais rústico, o Camping Orbitur Sagres é a escolha essencial para longas estadias. Com uma vista panorâmica privilegiada para os terrenos agrícolas circundantes, este é um espaço que traz de volta os prazeres simples de uma vida no campo, que merecem ser vividos em qualquer altura do ano. Há caravanas residenciais e bicicletas para alugar; e se o calor apertar, o alojamento convida a passeios tranquilos e plenos de mar azul e de inúmeras praias para descobrir. Desligue-se na totalidade e aproveite o desconto de 10% que os sócios ACP usufruem em qualquer reserva.
Pousada de Sagres - Grupo Pestana
Martinhal Family Hotels & Resorts
Camping Orbitur Sagres
Outras persptivas
- De binóculos na mão e em grandes alturas
No final do verão, Vila do Bispo é um ponto de passagem de várias espécies de aves, que têm como destino as terras quentes de África. Grifos, Abutres-do-Egito, Cegonhas pretas, entre tantos outros, fazem um trajeto de norte a sul e a sua observação é possível em variedade e qualidade. Para todos os amantes de ornitologia, esta atividade ligada à natureza é imperdível. Fique a par de todos os detalhes aqui.
- Quem será a próxima grande voz do Fado?
Todos os anos, entre abril e junho, Vila do Bispo dedica os fins de semana à língua comum de todos os Portugueses, o Fado. Organizado num formato de concurso bastante divertido e interativo, o calendário deste evento desdobra-se em 4 eliminatórias, semifinal e final, repartidas por 6 localidades do Concelho. Esta iniciativa não só dá a conhecer novos talentos musicais, como permite a noites animadas e diferentes para quem quiser assistir. No último dia, há uma festa marcada com atuações especiais do vencedor e de um outro fadista de renome.
Um dia em Vila do Bispo
Sugestões de itinerários
Sugestão de itinerário 1: 47km
Tempo de percurso: 1h4min (tempo de condução)
É difícil visitar Vila do Bispo sem pôr o seu pé na areia. Desta forma, preparámos um itinerário que apanha as principais praias do concelho: Cordoama, Castelejo, Boca do Rio e Salema. Descanse, pare um pouco e passe estes dias bem junto ao mar.
Sugestão de itinerário 2: 30 km
Tempo de percurso: 33min (tempo de condução)
Conheça o concelho de Vila do Bispo de forma mais pormenorizada ao passar pelas ruas principais e visitar os edifícios mais famosos. No final, e como recompensa, termine o seu dia perto do mar, na praia de Beliche, mesmo ao lado do Cabo de São Vicente.
Sugestão de itinerário 3: 25km
Tempo de percurso: 40min (tempo de condução)
Aprecie o património urbano e natural que planeámos para si neste itinerário. Passe por Budens, Raposeira e Figueira, e descanse nas Praias do Zavial e da Baleeira. De caminho, as ruínas das fortalezas podem ser avistadas nestas duas praias.
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