Baião
- Igreja Matriz de Baião
- Memorial de Lordelo – consiste em um arco de volta perfeita, em cantaria lavrada. A lenda liga este memorial à rainha Stª Mafalda, filha de D. Sancho I
- Museu Municipal de Baião – para além de todo o património que pode ser visto no museu, existe permanentemente uma exposição dedicada ao Campo Arqueológico da Serra da Aboboreira. O museu desenvolve também várias atividades de caráter educativo e visitas com roteiros pré definidos
Freguesia de Ancede
- Mosteiro de Stº André de Ancede – o mosteiro foi fundado no séc. XII e toda a sua história está ligada ao cultivo da vinha e à produção de vinho. O vinho começou a ser produzido ainda na Idade Média e enviado para a cidade do Porto, pelos circuitos comerciais do Rio Douro, da altura.
Os lucros da exportação do vinho foram aproveitados para enriquecer o Mosteiro, comprando obras de arte e também para o ampliar. No séc. XVIII, foi construído o grandioso edifício dos celeiros e da adega que, com o lagar, constituem hoje o espaço dedicado ao Centro Interpretativo da Vinha e do Vinho
- Igreja do Mosteiro de Stº André de Ancede – na igreja pode encontrar-se uma cruz processional do séc. XIV, a escultura de Stª Luzia e o tríptico de S. Bartolomeu, ambas do séc.XVI, flamengas; também de notar as pinturas sobre os Passos e a Paixão de Cristo, da 2ª metade do séc. XVII; várias imagens. Nos vários locais da igreja são também belas obras dos séc. XVII e XVIII.
- Cabeça Santa de Ancede - é uma das relíquia existente -invólucro de prata, sem ser lavrada, que contém parte de um crânio, dito pertencente a um cónego regrante de Ermelo que curava a raiva – depois de morto são atribuídas faculdades milagrosas às suas relíquias
- Capela do Sr. do Bom Despacho – Faz parte do Mosteiro de Stº André e foi edificada no adro da Igreja, junto ao muro que contíguo à zona das adegas e outros edifícios para uso agrícola. Foi construída em 1731, barroca, com imagens da vida de Maria, da infância de Cristo e da sua Paixão, cingindo-se estas aos mistérios do Rosário
- Convento e Igreja de Ermelo – o convento, beneditino, foi construído no séc. XIII, num período de transição, apresentando elementos românicos e góticos. Tem três naves, separadas por arcos ogivais, com portas de acesso também ogivais, cuja moldura é lavrada, com elementos variados. Está em ruínas.
- Casa de Penalva – é uma construção do séc. XVII, posteriormente reconstruída nos séc XVIII e XIX. Sobre a porta de entrada, a que se acede por uma escadaria, existe um frontão triangular, com um escudo partido em pala, no meio. Fica na localidade de Penalva
- Caminho e Ponte de Esmoriz – fica sobre o rio Ovil e pensa-se que seria por aí o caminho entre o Mosteiro de Ancede e o Porto, uma vez que o caminho ligava ao lugar da Pala, na margem do Douro –o caminho pelo rio era mais fácil para os monges. Apesar do aspeto da ponte e caminho de acesso, lembrando as pontes e calçadas romanas, ela terá sido construída muito depois.
Freguesia de Frende
- Artesanato - cestas de Frende
Freguesia de Gestaçô
- Casa das Bengalas – esta casa é famosa pela técnica de dobrar a madeira, de modo a formar castões de bengalas e de guarda-chuvas – as tiras de madeira, previamente amolecidas, são dobradas à volta de dois moldes de ferro fundido. Posteriormente são decoradas, com incrustações de pedras ou metais preciosos como marfim, ouro e prata. Aqui podem ser observadas as várias fases do fabrico
Freguesia de Ribadouro
- A paisagem estonteante da baía do Rio Douro no lugar de Pala – a ponto do caminho de ferro
- E o cais de Pala
Freguesia de Stª Cruz do Douro
- Casa do Lavrador – Museu Etnográfico – nesta casa está representada toda a faina agrícola de uma casa de lavoura. Fica no ugar do Martírio
- Fundação Eça de Queiroz – Casa de Tormes
Eça de Queiroz, nascido na Póvoa de Varzim, está ligado a Baião e Santa Cruz do Douro pelo casamento – a casa que hoje é a sede da Fundação Eça de Queiroz foi herdada pela sua mulher, pela morte da mãe, condessa de Resende. Era um solar de granito, construído no séc. XVI e inserido na Quinta de Vila Nova. Da herança, fazia também parte uma herdade no Alentejo.
Mais do que qualquer dos livros que retratam a região, A Cidade e as Serras presta grande homenagem a esta região, porque lá centra toda a novela, porque dá conta da beleza da paisagem, da beleza do rio e da serra, da produção agrícola, da riqueza de árvores de fruto e não só, da vivência das gentes, da boa gastronomia, do bom vinho lá produzido, enfim, uma “jóia”…
Hoje, a FEQ gere, entre outras coisas, o Núcleo Museológico da Casa de Tormes, que dá a conhecer a vida e obra de Eça de Queiroz, promovendo a visita da casa, com os objetos que pertenceram ao escritor, dos quais a secretária em que ele escrevia, em pé.
Para além das visitas guiadas, são mostrados documentários, organizados ateliers de escrita criativa e outras manifestações. Foi ainda criado o Prémio Eça de Queiroz, para incentivar a produção de obras literárias, originais, de escritores portugueses.
A FEQ organiza também passeios subordinados aos temas “Caminho de Jacinto” e “Gastronomia de Jacinto”, procurando fazer os visitantes “viver” a subida da serra, desde a estação e a primeira refeição de Jacinto, em Tormes.
Relembremos a descrição da subida:
“…- Em breve os nossos males esqueceram ante a incomparável beleza daquela serra bendita!
Com que brilho e inspiração a compusera o Divino Artista que faz as serras, e que tanto as cuidou e tão ricamente as dotou, neste Portugal bem-amado! A grandeza igualava a graça. Para os vales, poderosamente cavados, desciam bandos de arvoredos, de um verde tão moço, que eram como um musgo macio onde apetecia cair e rolar…”
“… Espertos regatinhos fugiam, rindo com os seixos, de entre as patas da égua e do burro; grossos ribeiros açodados saltavam com fragor de pedra em pedra; fios direitos e luzidios como cordas de prata vibravam e faiscavam das alturas aos barrancos; e muita fonte, posta à beira de veredas, jorrava por uma bica, beneficamente, à espera dos homens e dos gados… Todo um cabeço por vezes era uma seara, onde um vasto carvalho ancestral, solitário, dominava como seu senhor e seu guarda…
Jacinto adiante, na sua égua ruça, murmurava:
- Que beleza!
E eu atrás, no burro de Sancho, murmurava:
- Que beleza! …”
E a da primeira refeição:
“E o Melchior, que seguia erguendo a infusa do vinho, esperava que Suas Incelências lhe perdoassem porque faltara tempo para o caldinho apurar… Jacinto ocupou a sede ancestral – e durante momentos (de esgazeada ansiedade para o caseiro excelente) esfregou energicamente, com a ponta da toalha, o garfo negro, a fusca colher de estanho. Depois, desconfiado, provou o caldo, que era de galinha e rescendia. Provou – e levantou para mim, seu camarada de misérias, uns olhos que brilhavam, surpreendidos. Tornou a sorver uma colherada mais cheia, mais considerada. E sorriu com espanto: Está bom!
Estava precioso: tinha fígado e toinha moela: o seu perfume enternecia: três vezes, fervorosamente, ataquei aquele caldo... – e pousou sobre a mesa uma travessa a transbordar de arroz com favas. Que desconsolo! Jacinto, em Paris sempre abominara favas!... Tentou todavia uma garfada tímida – e de novo aqueles olhos, que o pessimismo enevoara, luziram, procurando os meus. Outra larga garfada, concentrada, com uma lentidão de frade que se regala. Depois um brado:
- Óptimo!... Ah, estas favas, sim! Oh que fava! Que delícia!
…O bom caseiro sinceramente cria que, perdido nesses remotos Parises, o senhor de Tormes, longe da fartura de Tormes, padecia fome e mingava…”
A CIDADE E AS SERRAS
EÇA DE QUEIROZ
Freguesia de S. João de Ovil
- Casa de Chavães – data do séc. XIX, foi construída pelo Gen. Francisco Lobo de Ávila, com uma certa feição militar, preferência do seu proprietário. Hoje em dia a casa está adaptada a espaço de lazer, para a prática de desporto, para miúdos e graúdos.
- Núcleo Etnográfico do Museu Municipal – este núcleo funciona também na Casa de Chavães
- Conjunto Megalítico da Serra da Aboboreira – A Serra da Aboboreira, que desde os anos 70 do séc. XX tem sido alvo de estudos e de expedições arqueológicas, apresenta vários monumentos megalíticos, funerários, ali construídos nos séc. V e IV a.C., durante o Neolítico.
Estes dólmens ou antas eram construídos de pedras de média e grande dimensão, na sua disposição específica. Cinco desses monumentos estão bem visíveis e são representativos:
- no Outeiro de Gregos – cerca de quatro dolmens, abertos ou fechados
- no núcleo de Meninas do Crasto – pequeno dolmen, com tampo e mamoa de reduzidas dimensões
- Outeiro de Ante – dólmen construído numa elevação natural, e que é bem percetível, na paisagem
envolvente e cujos esteios (placas de pedra) foram cortados
- Anta de Chã de Parada – é classificada Monumento Nacional desde 1910. É de grandes dimensões e os
seus esteios apresentam gravuras e dispõe de um corredor de acesso
Freguesia de Teixeira
- Pelourinho de Rua - no lugar de Rua
Freguesia de Valadares
- Igreja de S. Tiago – fica no lugar da Igreja, e existia já, aquando das inquirições de 1258 por parte do rei e dos nobres. Foi sendo modificada ao longo dos anos, tendo ganho caraterísticas barrocas, retábulos cde madeira dourada e policromada, de que se distinguem o retábulo ca capela mor e das colaterais, bem como o do arco-cruzeiro – este com uma pintura do orago da igreja, S. Tiago Maior, ladeado por dois santos dominicanos – S. Gonçalo e S. Vicente Ferrer. De notar que, na reedificação da capela-mor se aproveitou uma inscrição, existente no edifício anterior