LAMEGO
- Castelo de Lamego e Cisterna – M.N- o castelo é anterior à nacionalidade, terá sido mesmo erigido pelos mouros. Da primitiva construção estão de pé a torre de menagem, dp séc. XII, parte da muralha e a cisterna, que data do séc. XIII. A torre de menagem, de planta quadrangular, foi alterada no séc. XVI, pelo último conde de Marialva, D. Francisco Coutinho que mandou que algumas das frestas fossem transformadas em janelas.
No lado norte da torre de menagem, está a Casa da Torre, onde esteve instalada durante muitos anos a Câmara Municipal e hoje funciona o Corpo Nacional de Escutas.
- A Cisterna de Lamego – M.N - fica fora da muralha, é retangular e abobadada, com ogiva nervada e suportada por largas cintas apoiadas em pilares. É considerada uma das melhores cisternas dos castelos portugueses. Hoje em dia, depois de ter sido restaurada e adaptada, é um local de visita da História local, através meios áudio visuais.
- Capela de Nª Srª do Socorro – fica a meio da rua do Castelo e tem, numa parede exterior um belo painel de azulejos com a inscrição “N. S. do Coro 1671”. Perto, terá existido a Capela de S. Salvador, onde terá sido a primitiva Sé.
- Sé Catedral – MN - é românica, séc. XII-XIII, até à altura dos sinos, com frestas da mesma altura, nomeadamente uma, notável, do lado nascente. O restante do edifício foi já construído no séc. XVI pelo bispo D. Manuel de Noronha que nele gravou a sua pedra d’armas. A Torre foi, durante muito tempo, cadeia, função que um bispo fez questão de findar, por ser “tenebroso” demais.
A fachada é adornada por três pórticos lindíssimos, de arquivoltas múltiplas lavradas no granito, que datam do final do gótico flamejante. Nos pórticos laterais há já elementos renascentistas.
O interior tem três naves, com abóbadas cobertas com pinturas de Nicolau Nasoni, do séc. XVIII. Na capela mor uma bela tela representando Nª Srª da Assunção e na capela do Santíssimo Sacramento podem ver-se três altares de talha dourada, do séc. XVIII e com pinturas em tela, do mesmo século. De notar também, na mesma capela, um frontal de prata cinzelada, de fabrico portuense, ainda do séc. XVIII.
No Coro e no Claustro encontram-se também elementos dignos de nota.
- Santuário de Nª Srª dos Remédios – é um edifício em estilo barroco, todo trabalhado em granito, que se crê ser da autoria de Nicolau Nasoni. No retábulo da capela-mor pode ver-se a imagem de Nª Srª dos Remédios. No interior podem ainda ver-se belos painéis de azulejos e interessantes vitrais.
Mas é a fachada do Santuário a parte mais interessante do edifício.
E também a sua origem – havia, no local da capela –mor de Nª Srª dos Remédios, uma ermida, pequena, mandada construir pelo bispo da altura, em 1361 e que tinha como orago Stº Estêvão. Mais tarde, em 1568, o bispo D.. Manuel de Noronha mandou demolir a dita ermida e construir outra, da invocação de Nª Srª dos Remédios. Esta foi também demolida, para dar lugar à construção do Santuário cuja construção foi iniciada em 1750. A romaria de Nª Srª dos Remédios continua a ser muito concorrida.
- Igreja de Stª Maria de Almacave – MN - românica, séc. XII, fica foi erigida perto de uma necrópole árabe. Foi muito alterada no séc. XVII, como e provado pelos azulejos, púlpito e talha dourada adicionados à decoração. No séc. XVIII houve novos restauros, com o acréscimo de mais azulejos e talhas douradas. Reza a História que nesta igreja tiveram lugar as primeiras cortes do Reino de Portugal, para aclamação de D. Afonso Henriques…
- Capela de S. Pedro de Balsemão – MN – é o mais antigo monumento de Lamego e, pensa-se, o segundo da Península Ibérica. Data do séc. VII, do período suevo-visigótico, altura em que foi cunhada moeda na cidade de Lamego. Foi reedificada no séc. XVII, altura em que foi revestida a talha. Possui, no interior, uma estátua de Nª Srª do Ó, em pedra d’Ançã e o túmulo do Bispo do Porto, D. Afonso Pires, ambas de grande valor histórico e arqueológico, datadas do séc. XIV. Fica a 3 km de Lamego, junto ao rio Balsemão.
- Igreja e Convento de Stª Cruz – a sua construção foi iniciada em 1596 e foi ocupado pelos frades seculares de S. João Evangelista, em 1632. Foi o convento mais importante de Lamego, durante o séc. XVIII. A igreja tem belos altares de talha dourada e ricos painéis de azulejos do séc. XVIII, para além de um retábulo seiscentista na capela-mor
- Igreja da Graça – a igreja era parte do convento dos Gracianos, que foi demolido no final do séc. XIX. O belo pórtico, renascença, que a igreja possuía foi destruído durante as obras de alinhamento da Rua Marquês de Pombal. Conserva, no entanto interessante talha pintada na Capela de Nª Srª das Dores e no altar-mor.
- Igreja do Desterro – foi fundada em 1640, no local onde existia uma ermida dedicada a Nª Srª do Desterro. Interessante moldura da porta de entrada, encimada pelo brasão do fundador, D. Frei Luis Álvares de Távora, bailio de Leça. No interior uma riquíssima talha dourada do séc. XVIII, obra de artistas lamecenses, e um magnífico Sacrário do altar-mor, esculpido em madeira.
- Igreja de S. Francisco – fazia parte de um convento construído em 1599 e que entretanto foi, em parte ocupado, para funcionar como hospital militar. Dentro da Igreja pode encontrar-se uma imagem de Nª Senhora, do séc. XVI, esculpida em madeira e um belo quadro no altar-mor, lindíssima pintura do séc. XVII, sobre a morte de S. Francisco. A vida deste santo é também tema de quadros do paramenteiro. De salientar também a pintura do teto da sacristia.
- Capela de Nª Srª dos Meninos do Bairro da Ponte – foi mandada construir pelo bispo de Lamego, D. Manuel de Noronha, no séc. XVI e foi ele que trouxe, da Sé para esta capela a imagem da Srª dos Meninos, anteriormente venerada como Srª do Amparo ou Srª da Cadeirinha. Esta imagem, do séc. XVI, mostra a Virgem sentada numa cadeira, com o Menino no regaço. Para além da imagem tem ainda, no interior, azulejos do séc. XVII e XVIII, polícromos, as pinturas do teto da capela-mor e um valioso gradeamento do púlpito, em pau-preto. Fica no bairro da Ponte, na margem esquerda do Rio Balsemão.
- Capela do Espírito Santo – foi reedificada por D. Manuel de Noronha, bispo de Lamego, no séc. XVI, ostentando o seu brasão no cunhal exterior da capela. No interior bela escultura do Espírito Santo do séc. XVIII, um belo altar barroco, o púlpito em talha dourada e azulejos do séc. XVII a revestir as paredes.
- Capela de Nª Srª da Esperança – data de 1586, tem no interior bela talha dourada do séc. XVII e XVIII. No altar-mor está uma imagem Nª Srª da Esperança, invulgar e antiga, em pedra de Ançã policromada, do séc. XV e XVI. Nas paredes podem ver-se azulejos do séc. XVII.
- Casa das Brolhas – construído em 1771 é um dos mais imponentes solares de Lamego, com uma frontaria com decoração invulgar, esculpida no granito, contendo o brasão da família.
- Edifício do Antigo Seminário – foi o colégio de S. Nicolau, fundado pelo bispo D. Manuel de Noronha, que pretendia que fosse, no futuro, um seminário, o que nunca aconteceu. Fica em frente ao Palácio da Justiça.
- Casa dos Serpas ou Casa de Stª Cruz – setecentista, manteve a designação de Casa de Stª Cruz até 1844, quando a família Leitão se ligou à família Serpa Pimentel. Depois de ter sido devorado pelas chamas, em 1979, tendo restado apenas o granito, foi recuperado, anos depois pelo Ministério da Justiça para albergar serviços do ministério. Fica próxima da Igreja de Stª Cruz.
- Casa dos Vilhenas – é um solar do séc. XVIII, com brasão notável, na fachada. É propriedade da Santa Casa da Misericórdia e aqui está instalado o seu Museu.
- Casa das Mores – a denominação vem, ao que se sabe, de neste palacete do séc. XVII, terem vivido alguns capitães mores de Lamego. O palacete foi sujeito a remodelações, ao longo dos tempos, nem sempre bem feitas. Tem dois brasões. Ali funcionou um internato e a casa da saúde de Lamego mas, hoje é um edifício de escritório e pertence a um particular.
- Casa do Espírito Santo – foi construído na 2ª metade do séc. XVII. É de linhas simples e, como o anterior, tem dois brasão.
- Casa dos Pinheiro de Aragão – data do séc. XVII. No séc. XIX foi alugado pela Câmara Municipal, para lá instalar o liceu e, anos mais tarde e Câmara comprou-o.
- Casa do Visconde de Arneiro ou Casa dos Pinheiros – é um dos mais antigos solares brasonados do concelho de Lamego. Possui brasão e hoje está também transformado em edifício de escritórios, de advogados.
- Antigo Paço do Bispo onde funciona o Museu de Lamego – é um belíssimo solar brasonado, que apresenta uma larga frontaria, frente à escadaria e ao Santuário de Nª Srª dos Remédios. Sendo o Paço Episcopal, sofreu remodelação no final do séc. XVIII. Após a implantação da República o paço foi expropriado e ali funcionaram alguns serviços públicos. O Museu de Lamego ocupou aquelas instalações em 1917.
- Museu de Lamego – aqui podem ser visitadas as várias salas com exposições de pintura, tapeçaria, escultura, paramentaria e outra arte sacra, ourivesaria, cerâmica, azulejaria, arqueologia, mobiliário e viaturas, desde os romanos até aos nossos dias, com destaque para, entre outras coisas, pintura de Vasco Fernandes, o Grão Vasco.
- Casa do Assento ou Solar dos Padilhas – a arquitetura foi inspirada na da casa do cabido da Sé de Lamego. Foi habitado, durante algum tempo pela família dos Padilhas, embora a construção tivesse sido feita por outras famílias – os Pintos, os Coutinhos, os Tavares e os Vilhenas – como está patente no brasão. A Comissão de Turismo Douro Sul ocupa o edifício desde os anos 80 do séc. passado.
- Casa dos Loureiros ou dos Condes de Alpendurada - é um esplêndido palacete que data dos fimnais do séc. XVIII, com um belíssimo e bem trabalhado brasão.
- Teatro Ribeiro Conceição – o teatro, dotado de boa estrutura interior e equipamentos eletrónicos para uma boa sala de espetáculos, cujas obras se iniciaram em 2005, foi primitivamente construído no séc,. XVII, tendo ali funcionado o Hospital da Misericórdia e serviu, posteriormente de aquartelamento do exército, até ser destruído por um fogo, em 1897. Ficou abandonado durante quase 3 décadas, até que foi comprado à Câmara pelo comendador Ribeiro Conceição para lá construir um teatro, que funcionou durante algumas décadas, a partir de 1929. Foi conservada a fachada original, mantendo o seu brasão, com o escudo da coroa real portuguesa. Em 1987 foi encerrado e posteriormente adquirido novamente pela Câmara para então proceder às grandes e caras obras, no final de 2005. Duraram até 2008, ano em que foi inaugurado, de novo.
- Colégio da Imaculado Conceição – solar construído no séc. XVIII, pelo cónego da Sé de Lamego, que foi mais tarde bispo de Aveiro – D. António Freire Gameiro Sousa. O brasão que pode ver-se sobre o portão tem as insígnias dos Freires de Andrade e dos Sousas e as borlas e chapéu eclesiástico do seu fundador. Tem também um belo portão em ferro forjado com um brasão em chumbo fundido, com as armas de outras famílias. Começou a ser utilizado como colégio de meninas, em 1927, tendo ganho muito prestígio como tal. Hoje é um colégio misto.
- Casa dos Silveiras ou dos Viscondes de Guiães – solar dos Silveira, perdeu o seu cunho antigo, devido a inúmeras obras nele efetuadas. Tem, no entanto, um belo brasão.
- Monumento ao Soldado Desconhecido – homenagem ao Soldado Desconhecido, numa praça de onde parte a escadaria do Santuário de Nª Srª dos Remédios.
Freguesia de Britiande
- Quelha da Azenha – é o que resta de uma via romana, que atravessa a freguesia, que foi sede de concelho até ao início do séc. XIX.
LENDA DE BRITIANDE – diz a lenda que, quando D. Afonso Henriques por ali passou com as tropas, havia muitas nozes espalhadas pelo chão. O rei queria que eles andassem depressa mas os soldados mostravam grande apetite pelas nozes. Como tal D. Afonso Henriques ordenou “Brite e Ande”
Freguesia de Ferreirim
- Igreja do Convento de Stº António de Ferreirim – fica a cerca de 8 km de Lamego. Foi construído no final da Idade Média, tendo sido posteriormente intervencionada no séc. XVI e no séc. XVIII.
Freguesia de Ferreiros
- Igreja de Stª Maria de Ferreiros – possui uma deslumbrante escultura em pedra de Ançã, do séc. XVI.
Freguesia de Lalim
- Pelourinho - símbolo da autonomia municipal, uma vez que Lalim já foi sede de concelho
Freguesia de Lazarim
- Igreja Paroquial – vetusta, dedicada ao Arcanjo S. Gabriel, pode ver-se, no interior, um valioso teto pintado, onde se vêm anjos e arcanjos sendo coroados, o brasão esculpido em pedra dos Vasconcelos de Alvarenga, patronos desta igreja desde o reinado de D. Dinis.
- Máscaras de Lazarim – são esculpidas em madeira por vários artesãos da freguesia, para os jovens brincarem o carnaval, o Entrudo de Lazarim – os rapazes mascarados são denominados “caretos”, as raparigas “senhorinhas”
Freguesia de Penajóia
- Ficando mesmo encostada ao Rio Douro, tem encostas muito propícias à agricultura onde a cerejeira predomina, produzindo belas e famosas cerejas de Penajóia
Freguesia de Sande
- Segundo reza a História, o pároco da freguesia fez, em 1758, um pedido ao Marquês de Pombal, num relatório que enviou e que descrevia a terra como segue: “terra de bom clima, e aprazível em seus frutos e regalos, com bastantes águas de fontes, com vinhos dos melhores e por isso decantados em todo o reino pela sua singularidade, e produz também a terra deliciosas frutas de toda a casta”.
Freguesia de Samodães
- Capela de Nª Srª da Graça – séc. XVII, de traça maneirista.
- Quinta do Vale Abraão – esta bela quinta, foi imortalizada pelos livro de Agustina Bessa Luis e o fileme Manuel de Oliveira. O solar data do séc. XVI e terá sido o primeiro solar a ser construído tão próximo do rio Douro.
Freguesia de Cepões, Meijinhos e Melcões
- Igreja Matriz de Cepões, outrora Seponis. – de notar, na igreja uma escultura de madeira estofada, do séc. XVII, de Stª Maria de Cepões, imagem interessante, simples, a que falta o braça do menino que a santa tem ao colo.
- Melcões apresenta vários monumentos megalíticos, junto ao Talefe (marco geodésico), por ter sofrido invasões, sucessivas e de vários povos e por ser um ponto estratégico de observação das imediações. Ali está instalado, O Centro de Tropas de Operações Especiais (CTOE) do Exército
- Igreja Matriz de Melcões – é toda em pedra e tem a particularidade de ter três andares no interior.
- Freguesia de Parada do Bispo e Valdigem
- Vestígios do Castro do Monte S. Domingos, em Parada do Bispo, que mostra que a região foi ocupada pelos romanos
- Sítio Arqueológico da Fraga – fica na área de Valdigem, num esporão do Cabeço de S. Domingos, onde foram encontradas rochas esculpidas que mostram uma figura humana.
- Quinta da Raposeira – na área de Valdigem, fica numa encosta e foi habitada no período romano.
- Cadeia e Casa da Câmara de Valdigem – Valdigem foi sede de concelho, extinto em 1834, tendo, como tal cadeia e Casa da Câmara. Tinha também pelourinho.
Freguesia de Várzea de Abrunhais
- Capela de Santo Aleixo ou de Nª Srª da Conceição
Freguesia de Vila Nova de Souto d’El Rei
-Foi vila e sede de concelho no séc. XVIII, conhecida então por Arneirós. Há indícios de que terá sido uma região muito devastada pelas lutas entre cristãos e muçulmanos. O Município foi extinto em 1836.