Porquê Vieira do Minho?
No sopé da Serra da Cabreira, perto da azáfama da área metropolitana do Porto, existe um refúgio perfeito para descansar sem interrupções: onde o silêncio impera e só é interrompido pelo chilrear dos pássaros, pelo uivar do vento e pelas palavras amigáveis trocadas entre vizinhos de longa data. Estamos a falar de Vieira do Minho, vila portuguesa de excelência que integra o Distrito de Braga, com uma população de quase 13 mil habitantes. Por estes caminhos, as serras são verdejantes, as aldeias carregadas de história e as praias cheias de água doce.
Terra de tradições e costumes, são as festas anuais — muitas delas aliadas a motivos religiosos — que unem a população e transformam a terra numa verdadeira animação. As festas da Senhora da Esperança, do Coração de Jesus, da Senhora do Rosário e da Senhora de Lurdes são alguns exemplos de devoção: ocasiões cujas preparações são antecipadas ansiosamente pela população. É esta união genuína entre o local, o religioso e o natural que faz com que esta vila seja uma paragem única em Portugal.
Cultura, gastronomia e muita história
A Casa da Cultura de Vieira do Minho - Casa de Lamas
A natureza como um ex-libris imprescindível
As paisagens brancas e frias da vila
Conhecer a história
A Serra da Cabreira, o ponto mais elevado de Vieira do Minho, possui testemunhos arqueológicos que apontam para a ocupação destas terras por vários povos, que as viam como locais estratégicos. Atualmente, é possível encontrar provas do passado nos menires, gravuras rupestres e fojos medievais que compõem Vieira do Minho.
A passagem dos suevos, e mais tarde do exército napoleónico, fez com que a vila reforçasse a sua estratégia militar. Em 1809, foi vítima de duas invasões pelas tropas do marechal Soult: a primeira durante uma passagem a caminho de Braga, e a segunda numa retirada precipitada pela ponte da Misarela.
Este pendor para o envolvimento em conflitos bélicos determinou a posição de Vieira nas guerras entre liberais e absolutistas no século XIX. Em abril de 1846, o episódio da "Maria da Fonte", também chamado "A Revolta do Minho", foi marcante para a zona: devido à guerra civil, muitos populares saíram em protesto pelas novas leis de recrutamento militar, numa altura em que a pobreza era evidente entre as famílias que dependiam da agricultura e da pecuária. A instigadora dos motins, segundo a história local, foi uma mulher chamada Maria, natural da freguesia de Fontarcada. Como resposta, o hino da "Maria da Fonte", composto por Angelo Frondoni, fazia-se ecoar pelas ruas da vila.
Em busca dos sabores
A cozinha vieirense está profundamente marcada pelos sabores rurais e serranos. As Couves com Feijão, procuradas durante estações frias do ano, é o mais afamado manjar tradicional. Confecionado entre novembro e março, após a matança do porco, guarda um lugar especial à mesa. A preparação requer mestria, técnica e muita dedicação: uma mistura cuidada das partes do porco – orelha, pé, barriga e costela – com os enchidos da época – salpicão, chouriça de carne e de sangue. Em muitas ocasiões, é acompanhada por couve-galega cegada, feijão amarelo, batatas cozidas, um fio de azeite e alho picado.
A Vitela de Barrosã é um prato igualmente famoso; em naco, grelhada ou assada, a textura tenra e suculenta continua a cativar as pessoas da terra e os turistas. O próprio gado é tratado de forma tradicional: nas encostas e prados da Serra da Cabreira e chega à mesa com um sabor inigualável.
Não perca o Festival do Fumeiro de Vieira do Minho, que celebra anualmente o trabalho das suas gentes nas mais diversas áreas: charcutaria, turismo, artesanato, cultura, etc. Pode ter um contacto direto com quem trabalha e vive da terra e do gado.
Onde ficar
Vieira do Minho oferece um diversificado conjunto hotelaria com enquadramentos paisagísticos especiais. O turismo rural é a base do negócio, num panorama verdejante, céu azul e ar puro.
A Quinta da Mouta tem um pé no urbano e outro na natureza: a proximidade com o Parque Natural Peneda-Gerês cria o ambiente calmo e afastado das preocupações das grandes cidades. Cada quarto possui Wi-Fi gratuito, ar condicionado e casa de banho privada. A Quinta dispõe de piscina exterior sazonal com vista panorâmica das montanhas.
A Pousada Geres-Caniçada apresenta também a imponente paisagem do Parque Nacional Peneda-Gerês como fundo, com vista para o Rio Cávado e para a tranquila Barragem da Caniçada. O verde reina e é um postal de boas-vindas que atrai todos os anos. Os hóspedes podem desfrutar do cenário natural com uma mão cheia de atividades, como pesca, canoagem e caminhadas em trilhos.
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Quina da Mouta
Pousada Geres-Caniçada
Retrato de um Portugal antigo: as místicas aldeias de Vieira do Minho
No coração da Cabreira, há sítios que resistem às modernidades, onde as tradições passam de geração em geração: destaca-se a beleza natural e o inegável carácter histórico. As aldeias seculares de Vieira do Minho são pitorescas e guardam inúmeros segredos do Norte do país.
- Aldeia de Lamedo
Lamedo é uma pequena aldeia serrana com muitos anos de história. A área populacional é pequena, mas tem um elevado valor patrimonial, uma vez que oferece vários exemplos arquitetónicos medievais. É neste recanto do Rio Ave que começa o percurso pedestre, considerado por muitos, o mais bonito do Minho: o PR 6 VRM - Moinhos do Ave.
- Aldeia do Louredo
Situada na base da Serra da Cabreira, numa encosta virada para o Rio Cávado, a Aldeia de Louredo está repleta de magia. Dominada pelo granito, visível nas casas, caminhos e espigueiros, é também conhecida pelo trabalho desenvolvido em cobre, pela cestaria de sangarinho – prática cada vez mais rara.
- Aldeia de Agra
Banhada pelo Rio Ave, a Aldeia de Agra contém um cenário paisagístico excecional. Entre as casas de granito, serpenteiam as ruelas íngremes e planas, que desembocam no largo principal, junto à Igreja Paroquial de São Lourenço. O Rio acaba por proporcionar cascatas e lagoas de água cristalina, convidativas a refrescar os pés.
Um dia em Vieira do Minho
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