A Comissão Europeia anunciou esta quarta-feira um plano de ação para a indústria automóvel do Velho Continente responder ao “ponto de viragem crítico” que enfrenta, incluindo a rápida evolução tecnológica e o aumento da concorrência.

O plano prevê "ajudas" de 1,8 mil milhões de euros para as fabricantes europeias “manterem uma forte base de produção europeia e evitar dependências estratégicas”, o que inclui a criação de uma cadeia de abastecimento “segura e competitiva” para as matérias-primas de baterias, a fim de apoiar “o crescimento da indústria automóvel europeia”.

“Existe um enorme potencial inexplorado no mercado mundial no que diz respeito à inovação e às soluções limpas”, afirmou Ursula von der Leyen.

“Quero que a nossa indústria automóvel europeia assuma a liderança”, prosseguiu a presidente da Comissão Europeia, revelando que Bruxelas irá promover “a produção interna para evitar dependências estratégicas, especialmente no que diz respeito à produção de baterias”. 

“Vamos manter os nossos objetivos de emissões acordados, mas com uma abordagem pragmática e flexível. O nosso objetivo mútuo é uma indústria automóvel sustentável, competitiva e inovadora na Europa que beneficie os nossos cidadãos, a nossa economia e o nosso ambiente”, concluiu.

O plano apresentado estabelece cinco prioridades: inovação e digitalização, transição para uma mobilidade limpa; garantia da competitividade e da resiliência da cadeia de abastecimento; melhoria das competências e abordagem da dimensão social e garantia de condições de concorrência equitativas e de um ambiente empresarial competitivo.

Em comunicado, a Comissão Europeia também indica que o plano abrange as frotas automóveis não-poluentes das empresas, seja de veículos de passageiro, seja de veículos comerciais.

O documento divulgado, que resulta de um mês de diálogo estratégico entre o executivo e as partes interessadas, é um roteiro legislativo para aliviar o setor automóvel, que representa 7% do PIB da União Europeia e se encontra num momento "crucial" da sua transição para emissões zero até 2035.

O executivo comunitário adverte que as empresas europeias correm o risco de serem ultrapassadas em tecnologias estratégicas, como as baterias, o software, os sistemas de infoentretenimento e a condução autónoma, pretendendo Bruxelas estimular a produção de veículos na UE, bem como a de componentes.

A Comissão Europeia prevê ainda que as metas de redução de emissões de dióxido de carbono (C02) previstas para 2035 sejam flexibilizadas, mantendo-se no entanto inalteradas: os automóveis de passageiros novos vendidos na União Europeia devem produzir zero emissões de CO2.