Aprovadas em outubro de 2024 e com uma duração de, pelo menos, cinco anos, as tarifas da União Europeia para os elétricos importados da China continuam a dar que falar.
Por um lado, a União Europeia defende que as tarifas de até 35,3% (sobre a tarifa normal de 10%) são uma medida para proteger a indústria automóvel europeia e garantir condições de concorrência justas.
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Já os construtores chineses defendem que estas taxas podem prejudicar a transição para a mobilidade elétrica na Europa e acusam-nas de serem injustas.
Em novembro, China e União Europeia alcançaram um “consenso técnico” para criar uma alternativa às tarifas de importação, mas desde então não houve novidades.
Face a este impasse, os fabricantes chineses — BYD, Geely e SAIC — interpuseram um recurso judicial no Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) e agora contam com dois “aliados de peso”: o Grupo BMW e a Tesla.
O grupo alemão foi o primeiro a juntar-se ao recurso apresentado pelos construtores chineses e é fácil perceber as suas motivações.
Afinal, os BMW iX3 e MINI Cooper e Aceman são produzidos na China e fortemente impactados pelas tarifas (35,3% no caso dos MINI e 20,7% no BMW).
Já a Tesla juntou-se ao recurso judicial no último dia em que podia fazê-lo, 22 de janeiro, isto apesar de ser o construtor menos impactado de todos os que se juntaram a esta ação judicial.
Apesar de ser produzido na China, a tarifa adicional aplicada à importação do Tesla Model 3 é de apenas 7,8%.
Apresentado este recurso no Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), os construtores chineses e aos seus “aliados” ocidentais terão de esperar um tempo considerável pela decisão.
Estes processos demoram, em média, 18 meses, prazo que pode ainda ser alargado caso a União Europeia decida recorrer da decisão.