A Toyota tem-se revelado ao longo dos anos uma marca "teimosa" em termos de desenvolvimento tecnológico do automóvel, sobretudo no que se refere a inovações nas novas formas de energia para os motores dos seus modelos.

Se a aposta feita há mais de 20 anos nos motores híbridos revelou-se totalmente vencedora nos dias que correm, já a aposta no hidrogénio ainda se revela muito incipiente em termos de resultados comerciais, nomeadamente do seu único modelo a hidrogénio, o Mirai.

Um dos grandes problemas tem sido lidar com a logística de transportar e armazenar o hidrogénio, que trabalha a altas pressões, o que exige verbas astronómicas para dotar os países com uma infraestrutura mínima que garantisse o abastecimento a uma frota razoável de carros a hidrogénio. 

Recorde-se que um carro a hidrogénio é, em termos simples, um carro elétrico que produz a sua própria eletricidade, através de uma pilha de combustível (Fuel Cell) que usa o hidrogénio para fazer a eletrólise. E como o hidrogénio trabalha a alta pressões, abastecer um carro a hidrogénio com autonomia de 800 km demora menos tempo do que abastecer um automóvel a combustão.    

Mas é aqui que entra a teimosia deste gigante do setor automóvel: a Toyota vai apresentar cartuchos de hidrogénio portáteis no Japão no final deste mês, tentando assim lançar as bases de uma solução para estes problemas.

O fabricante de automóveis prevê que os cartuchos possam ser utilizados como pilhas AA gigantes, uma vez que podem alimentar as tais pilhas de combustível para gerar eletricidade. Isto significa que reabastecer um carro a hidrogénio passa a ser tão fácil como trocar as pilhas de um brinquedo.

A Toyota conseguiu reduzir o tamanho e o peso dos tanques de hidrogénio para os tornar portáteis. O objetivo é tornar o hidrogénio uma “fonte de energia familiar e segura que pode ser utilizada numa variedade de situações do dia a dia”.

Prevê-se que os cartuchos de hidrogénio tenham uma série de utilizações, que não apenas a dos automóveis, tais como alimentar pilhas de combustível para gerar eletricidade ou para cozinhar através da combustão de gás hidrogénio.

Mas o grande potencial poderá estar nos automóveis. Como se pode ver numa das imagens, os proprietários dos carros a hidrogénio poderiam trocar rapidfamente os recipientes para “reabastecer”.