O Mercedes 600 faz 60 anos e continua intocável

| Revista ACP

Expoente máximo de poder e luxo o W100 é um dos automóveis mais emblemáticos alguma vez feito.

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Nos anos 60 a Mercedes-Benz decidiu mostrar ao mundo, mais uma vez, todo o seu potencial e criou um dos modelos mais icónicos da história automóvel capaz de rivalizar com os Bentley e Rolls-Royce da época. Em 1963 o mundo conheceu o Grosser, alcunha utilizada para os modelos de grandes dimensões da marca alemã, um verdadeiro sucesso no Salão Automóvel de Frankfurt.

Desenhado para substituir o modelo 300 (com o código W189), que era na altura o equivalente a um atual Mercedes-Benz Classe S ou Maybach, o 600 tornou-se rapidamente um estatuto de quatro todas. Foi o carro de produção mais caro da sua época e podia ser encomendado com quatro estilos diferentes, sedan de quatro portas, limusine de quatro ou seis portas e o mais opulente de todos o Landaulet uma limusine descapotável. Quanto ao chassis podia ser configurado com o tamanho normal ou o longo para as versões limusine onde ultrapassava os seis metros de comprimento.

Relativamente ao motor o 600 original utilizava o bloco V8 de 6.3 litros a gasolina de aproximadamente 250 cavalos. O mesmo bloco que a AMG alterou para 6.8 litros na versão de competição do W109 conhecido como “Red Pig” onde ultrapassava os 400 cavalos. Mais impressionante que toda esta potencia era mesmo o facto deste modelo contar com vidros, portas, bagageira, tejadilho e até os bancos serem operados por um elaborado sistema hidráulico que necessitava no mínimo de 50 cavalos para funcionar corretamente.

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Um carro vistoso que atraiu vários artistas, ditadores e até o Papa. Mao Tsé-Tung, Kim Jong Il, Saddam Hussein, Pablo Escobar, John Lennon, George Harrison, Coco Chanel, Elizabeth Taylor, Elvis Presley, David Bowie, Aristotle e ainda mais recentemente Jeremy Clarkson são apenas alguns exemplos de donos que o Mercedes 600 atraiu.

O último exemplar a abandonar a fábrica de Sindelfingen foi em 1981. Mais de 17 anos de produção continua com 2,677 unidades no total. Em 2002 o Maybach 57 e o 62 foram apresentados como reinterpretação moderna e deram origem ao atual Mercedes-Maybach Classe S, no entanto nenhum se tornou tão emblemático como o 600 original.

Atualmente a procura por este modelo exclusivo é elevada e os valores acompanham essa procura. Em 2017 o modelo que pertenceu ao Ex-Presidente da República Socialista Federativa da Jugoslávia, Josip Broz Tito, foi vendido em leilão por mais de 2.5 milhões de euros.

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