O Mini surgiu da necessidade do Reino Unido economizar combustível durante a crise do Canal de Suez, no final da década de 50. Para contornar esta questão, a British Motor Company, mais tarde absorvida pelo grupo Austin, começou a pensar na criação de um carro que fosse extra compacto e económico.
E foi durante um jantar na Suíça que os responsáveis da companhia ao discutirem a ideia com Alec Issigonis, chefe dos projetistas da marca, este pegou numa caneta e começou a desenhar num guardanapo o automóvel que viria a tornar-se objeto de culto e símbolo de juventude, nos efervescentes anos 60.
Numa época em que os modelos compactos não eram muito atrativos, o Mini tinha classe e agradava a todos, desde a mulher de um banqueiro ao operário, mas foi sobretudo entre as classes mais jovens que o pequeno citadino conquistou grande êxito pela imagem moderna e irreverente que dava a quem se sentava ao seu volante.
Revelado a 18 de agosto de 1959, foram vendidos cerca de 20 mil exemplares logo no primeiro ano de produção do modelo que foi considerada a versão inglesa do Carocha, igualmente acessível a todas as classes sociais – custava menos de 500 libras.
Além de surpreender pelas suas dimensões, com apenas três metros de comprimento, o Mini também conquistou grande popularidade pelas inovações que introduziu no mercado automóvel: motor transversal na frente (com 34,4 cv e velocidade até 115 km/h), e tração dianteira. Tecnologia até então relativamente incomum, pois dispensava um túnel de transmissão mais volumoso fazendo com que fosse “maior por dentro do que por fora”.
A genial criação de Alec Issigonis também deu cartas no desporto graças a John Cooper que lançou o Mini Cooper, o carro ficou famoso por vencer ralis nos anos 60. Arrebatou quase todos o prémios de automobilismo da época, com destaque para três vitórias no rali de Monte Carlo, em meados da década de 60. Cooper reequipou o veículo, lançando em 1961 uma versão esportiva de 55 cv e velocidade máxima de 145 km/h. O modelo clássico era vermelho, com teto branco e duas listas de rali no capôt. O Mini Cooper tornou-se um sucesso de vendas.
Diversas empresas especializas criaram acessórios especiais para estes modelos que passaram a custar tanto como um Bentley ou um Rolls-Royce, mas existiam ilustres personalidades dispostas a comprá-los, como a atriz Diana Rigg ou Ringo Starr, um dos elementos dos Beatles. Até Mary Quant, a famosa estilista britânica da época se inspirou no pequeno Mini para criar a mini-saia, igualmente curta e irreverente. Quanto ao “pai” do Mini, a sua ideia genial valeu-lhe o estatuto de Sir.