O Mercedes-Benz “Pagode” e Porsche 911 são referências na indústria alemã e este ano estão de parabéns, porque comemoram 60 anos. Apresentados em 1963 nos Salões de Genebra e Frankfurt, respetivamente, causaram sensação pelo seu estilo e performance. Seis décadas depois continuam a atrair entusiastas e não passam despercebidos por onde passam. É o que vai acontecer na edição deste ano do Passeio dos Alemães, que como habitualmente, volta a contar com uma presença significativa destes modelos tão marcantes na indústria automóvel germânica. O evento que é considerado um dos passeios bandeira do clube realiza-se a 25 de março, com partidas do Sul e Norte.
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Recordando um pouco a história do Mercedes-Benz 230 SL, foi a sua beleza e requinte que o tornou num dos desportivos mais bonitos até então concebidos, graças ao talento do designer Paul Bracq. Desde logo pelo formato côncavo da sua capota rígida a lembrar os telhados dos pagodes orientais. Original e com bom comportamento na estrada, não tardou a seduzir os famosos da época, desde estrelas de cinema e da música, passando até por grandes nomes do desporto automóvel como Stirling Moss.
Apesar de não ter rivais diretos, o “Pagode” era frequentemente comparado com o Jaguar E-Type ou o Porsche 911, sobretudo pela solidez e qualidade de rodagem ao conseguir manter elevadas velocidades durante horas a fio. Não sendo propriamente ágil com os seus 1.360 kg, mostrava uma boa performance ao equipar um motor de 2,3 litros de seis cilindros em linha com 150 cv de potência que chegava dos 0 aos 100 km/h em praticamente 11 segundos – um tempo notável para a época.
Quatro anos depois, o nível de desempenho aumentou com a introdução de um bloco de 2,8 litros que atingia os 170 cv. Não estando entre os desportivos mais velozes do seu tempo, também não era isso que importava aos felizardos proprietários, já que este carro icónico nasceu para ser visto a apreciado nas ruas por onde passava. Apesar do preço, elevado para a época, eram longos os tempos de espera para os clientes poderem ter um destes modelos na garagem e assim foi até 1971 quando o “Pagode” deu lugar a uma nova geração: o R107, conhecido como “Dallas”. Durante os oito anos de produção saíram de fábrica quase 40.000 unidades de um dos mais cobiçados clássicos do mundo.
911 foi o primeiro Porsche com motor arrefecido a ar
Quando se pensa em automóveis desportivos, a Porsche é das primeiras marcas que surge à cabeça com o 911 a ocupar um lugar muito especial. Lançado inicialmente com a designação 901, entrou em produção no ano seguinte como 911 e tudo por uma obrigação legal que a marca se viu obrigada a fazer. Porque na época, a Peugeot contava com a marca registada de três números com o zero no meio, como ainda hoje acontece com os seus carros. Foi o primeiro Porsche com motor arrefecido a ar de 6 cilindros 2.0 que rendia cerca de 130 cv de potência, atingindo uma velocidade de 210 km/h, muito superior ao seu antecessor 356 que coexistiu com o 911 até 1965.
Com a evolução do projeto, o motor foi sendo melhorado. Na versão RS Carrera de 1972, o bloco 6 cilindros passou a 2.7, com potência de 210 cv e a sua traseira ganhou um spoiler conhecido como “ducktail”, um dos detalhes mais diferenciadores do modelo que lhe acrescentou estilo e aerodinâmica.
Seis décadas depois, o primo distante do Volkswagen Carocha e desenhado pelo filho de ferdinand Porsche, Ferdinand Alexander Porsche, e por Edward Komenda, que substituiu o 356, continua a ser o modelo mais famosos da marca de Estugarda e a conquistar cada vez mais fãs em todo o mundo.