Francisco Pinto Balsemão foi homenageado esta segunda-feira, dia 18 de dezembro, pelo Automóvel Club de Portugal, numa cerimónia que destacou a sua passagem pela presidência do ACP, entre 1974 e 1979, numa altura em que os tempos eram politicamente muito conturbados.
“Estou comovido com esta sala cheia de amigos”, referiu Pinto Balsemão, ante uma assistência onde se encontrava toda a família, muitos sócios e ainda seis elementos que integraram a direção do clube nos dois mandatos que cumpriu, e que foram também agraciados nesta homenagem.
No seu discurso, Pinto Balsemão descreveu os tempos intensos que vivia no momento em que foi desafiado a concorrer: “Tínhamos criado o PPD/PSD a 6 de maio de 1974 e eu tinha vivido quatro anos de Ala Liberal (no parlamento) e um de semanário Expresso (criado em 1973). Já havia uma lista em ação, que reunia elementos do PS, do MES e do PCP e as eleições eram a 23 de julho, pelo que o tempo de preparação foi muito escasso. Estas eleições, as primeiras a decorrer de forma livre após o 25 de Abril, foram claramente politizadas e chegaram a ter uma fila que dava a volta a todo o quarteirão, até à noite. Entre vários objetivos e mudanças que introduzimos no clube, conseguimos acima de tudo evitar que o ACP fosse tomado pela baixa política”.
No consulado de Balsemão foram retomadas as provas desportivas internacionais, como o Rally de Portugal. Foi também nesse tempo que foi montada a grande operação de repatriamento de viaturas das ex-colónias.
O presidente do ACP, Carlos Barbosa, destacou o papel de Pinto Balsemão por ser “o primeiro presidente a colocar a política fora do clube e a torná-lo uma referência de idoneidade institucional na sociedade civil. Por tudo isto, esta singela homenagem tinha que ser prestada pelo Automóvel Club de Portugal, a quem na democracia, ergueu os pilares para o desenvolvimento desta grande associação.”