Comissão Europeia reúne com construtores e pondera mudanças

| Revista ACP

Focada em assegurar a competitividade da indústria automóvel, Comissão Europeia prepara plano de ação para o setor.

Ursula-von-der-Leyen

Tal como anunciado há algumas semanas, a Comissão Europeia começou a reunir com construtores de automóveis, fornecedores e sindicatos, num diálogo estratégico apelidado “Diálogo Estratégico sobre o Futuro da Indústria Automóvel Europeia”.

O objetivo passa por delinear um plano de ação que permita proteger um setor que emprega (direta e indiretamente) cerca de 13 milhões de europeus.

À margem do lançamento deste diálogo estratégico, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, começou por afirmar que um dos principais objetivos é garantir que “o futuro do automóvel continua firmemente enraizado na Europa”.

Depois de reconhecer que o setor enfrenta um momento crucial da sua história, Ursula von der Leyen afirmou que a questão fundamental passa por perceber “o que falta para libertar a capacidade de inovação das empresas e assegurar um setor robusto e sustentável”.

 

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Para tal, a presidente da Comissão Europeia conta com o diálogo estratégico que arrancou a 30 de janeiro e que a 5 de março deverá resultar num plano de ação para o setor automóvel apresentado pelo comissário europeu Apostolos Tzitzikostas.

Como seria de esperar, ainda só são conhecidas as “linhas mestras” deste plano. Segundo a Comissão Europeia, o plano de ação abordará uma vasta gama de questões relevantes para o sector: como garantir o acesso a talentos e recursos; promover a inovação tecnológica e o desenvolvimento de veículos da próxima geração, e estabelecer um quadro regulamentar pragmático e previsível.

Mudanças à vista?

Apesar de, no rascunho da Bússola da União Europeia para a Competitividade, Ursula von der Leyen se manter fiel às metas de emissões para 2025 e 2035, a presidente da Comissão Europeia não “fecha a porta” a possíveis ajustes nas metas.

Um desses ajustes é a revisão da fórmula de cálculo das multas a aplicar aos construtores que não conseguirem cumprir as metas.

Recorde-se que para 2025 as metas fixam um limite médio de emissões dos modelos vendidos de 93,6 g/km, ou seja, menos 15% do que as metas do ano passado.

Em caso de incumprimento (situação que é bastante provável) os construtores incorrem em multas de 95 euros por carro e por grama acima do estipulado.

Segundo Ursula von der Leyen é preciso “haver justiça no sistema. Apesar de existirem empresas que investiram e que estão a conseguir cumprir as metas, é necessário resolver esta questão complexa”.

Para conseguir alcançar essa “justiça”, Comissão Europeia pode vir a mudar a fórmula de cálculo das multas, com estas a serem aplicadas em concordância com os investimentos feitos na eletrificação.

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